COMO O ORÇAMENTO DE ESTADO (NÃO) VÊ A IMPRENSA

03-06-2022 | 12:02 | | |

COMO O ORÇAMENTO DE ESTADO (NÃO) VÊ A IMPRENSA

Escrito por Filipe Bastos

A imprensa de uma forma geral atravessa um período conturbado. O fim dos jornais impressos foi já anunciado há muitos, muitos anos. Muitos resistem, embora, de facto, as vendas dos principais jornais nacionais descerem em banca.

Só que, os jornais são essenciais à democracia. E, portanto, deviam ser olhados pelo governo com outro carinho. Numa época em que, ainda por cima, as fake news proliferam - sobretudo nas redes sociais - é cada vez mais importante a informação isenta da comunicação social. Não há dúvida que os media fazem serviço público. Logo, devem ser apoiados por esse facto para além, repito, de que não pode existir democracia sem jornais ou outros meios de comunicação social.

Basta fazer uma retrospetiva para se verificar que a maioria dos casos pendentes na justiça foram denunciados pela imprensa que, sem ela, passariam certamente impunes. Entretanto, a Associação Portuguesa de Imprensa (API) que representa os media, alerta em comunicado que está ”indignada com a contínua indiferença do Orçamento do Estado para com o setor da imprensa. Mais uma vez, nenhuma das propostas de alteração ao OE referentes ao setor da comunicação social foi aprovada.

Pelo menos 7 propostas de vários partidos foram feitas, com exceção do PS, e continua a completa indiferença dos Governos para com este setor”. E vai mais longe dizendo que “há mais de 10 anos que as associações do setor propõem medidas de apoio sensatas, que implicam praticamente nenhum investimento do Estado” e, pelos vistos, nem assim o Governo olha com a atenção que seria merecida.

“O Estado tem de pensar como quer apoiar os seus media e, com isso, cuidar da ‘saúde’ do sistema democrático. Esta questão devia ser uma prioridade para o Governo e, por isso, é preciso agir agora”, afirma João Palmeiro, presidente da APIMPRENSA. Antes que seja tarde, digo eu.