Gaia de amor e partilha

Sim, era um verdadeiro corrupio. Todos queriam ir ao Seminário de Cristo Rei, junto ao Jardim Soares dos Reis, entregar as suas dádivas. Gaia juntou-se em torno dos ucranianos. Uma onda de solidariedade impressionante. Todos queriam dar a sua contribuição para amenizar o sofrimento de um povo que se limita a querer ter vida própria e a responsabilizar-se pelos seus destinos, sem ter que obedecer a ditadores.

O que se viu no Seminário Cristo Rei durante estes dias foi extraordinário. Uma onda de partilha talvez nunca vista. Uma torrente de água a caminho do oceano da solidariedade. Roupas, comida e outros bens essenciais que carregaram camiões e camiões que se fizeram à estrada para levar para a frente da batalha não só os bens mas, sobretudo, a mensagem de Amor, Partilha e Solidariedade, que Gaia, mas não só, querem entregar à Ucrânia e aos ucranianos.

A autarquia, tal como o nosso hospital, também se mobilizaram juntando-se à sociedade civil nesta importante ação de voluntariado. Mas, o problema é que nestas coisas há sempre um... mas. Mas, aqui perto - sim a guerra é na Europa -, a Ucrânia continua a ser massacrada com os ataques em quase todo o seu território e, por muita solidariedade que quase todo o mundo tenha mostrado, a verdade é que, no terreno, o David continua, sozinho, a combater o Golias. E a questão é saber até quando resistirão. A solidariedade conforta os corações, mas, infelizmente, não serve de escudo aos tiros que Putin continua a disparar indiscriminadamente, matando inocentes e destruindo a vida de milhares de pessoas.

Uma palavra para os jornalistas portugueses que foram deslocados quer para a Ucrânia, quer para países vizinhos e que, de uma forma geral, têm feito um excelente trabalho, com uma coragem digna de registo.

Os mesmos parabéns não posso dar ao PCP que, pelos vistos, em pleno século XXI ainda não percebeu que o Mundo mudou. Ou me engano muito, ou a sua posição nesta guerra, perpetrada por Putin (e não pode haver outra interpretação), pode muito bem ser o último prego no seu caixão.