O FUTURO DO PSD DE GAIA
O PSD continua, em Gaia, por caminhos híbridos.
No meio de uma quase desorientação generalizada, Firmino Pereira, deputado pelo PSD na Assembleia da República, como está de ‘candeia às avessas’ com a atual orientação concelhia, decidiu criar aquilo a que chamou ‘Plataforma Gaia com Norte’. Segundo ele, será um espaço de debate público, sem querer substituir-se aos partidos.
Na atual conjuntura, gabo-lhe a ideia. Pode ser um movimento interessante embora seja claro que a sua criação revela as fragilidades que há nas relações entre as principais figuras social-democratas no concelho.
Ou seja, Firmino, não fazendo parte dos órgãos locais do partido, começa a movimentar-se para, na altura certa, atacar a concelhia de forma a ter voz ativa na procura da solução que o PSD deverá apresentar às próximas autárquicas que, recorde-se, só acontecerão em 2025.
Esta semana, aconteceu a primeira intervenção da Plataforma. E quem foi o convidado? Luís Filipe Menezes, ou seja, o último presidente PSD da autarquia que governou durante 16 anos, tantos quantos a lei o permitia.
Menezes é uma figura que ainda ‘agita’ a opinião pública em Gaia. Mas, creio que ao contrário do tom da sua alocução, o PSD teria mais a ganhar se se falasse mais do futuro e não tanto do passado.
O passado do PSD, com a saída de Menezes, foi (e é...) quase dramático. Ora, o PSD tem é que olhar para a frente. Concordo com Menezes quando diz que só um imbecil apresentaria a três anos de distância a candidatura à câmara. E, já agora, tenho fortes dúvidas que Menezes venha a ser candidato, embora considere que seria uma excelente aposta. Acho mais provável que possa trazer uma ‘criancinha’ ao colo para lhe ensinar a dar os primeiros passos.
Mas também acho que, se o PSD quer lutar pela autarquia em 2025, tem que começar já a definir as linhas estratégicas para desafiar o atual poder se, entretanto, a concelhia, onde Cancela ‘ainda’ manda, não quiser atrasar (ia a escrever atrapalhar...) o processo. Caso contrário, pode voltar a ficar apeado na estação de Santo Ovídio a ver o TGV passar.