PORTUGAL NO CATAR

18-11-2022 | 14:16 | | |

PORTUGAL NO CATAR

Escrito por Filipe Bastos

O Mundial do Catar começa amanhã, domingo, dia 20, com o jogo, Catar-Equador. Portugal começa a sua caminhada no dia 24, quinta-feira, frente ao Gana.

Primeira questão: este Mundial nunca se devia realizar no Catar porque se trata de um país que não respeita os  direitos humanos. Aliás, as mais de seis mil mortes na construção dos estádios é revelador de como ali se tratam os trabalhadores como carne para canhão. E isso tem que ser condenado veementemente (não me agradou o gaguejar sobre o tema de Marcelo...). Também todos sabemos que a entrega do mundial a este país se deve ao ex-presidente da FIFA, senhor Joseph Blatter (e mais alguns compinchas certamente) que ganhou o suficiente para que ele e a família disponham de uma reforma dourada, mesmo que durem muitos anos. Realizar naquele país, e a meio de uma época, com aquelas temperaturas, é ‘assassinar’ fisicamente muitos jogadores e deturpar, por via dessa possibilidade, alguns campeonatos pelo mundo fora.

Posto isto, vamos a Portugal. O que se espera do nosso país? O Gaiense ouviu os treinadores das equipas de Gaia que militam na Elite da AF Porto e, dos sete, três apontam para chegarmos às meias-finais e os restantes quatro apontam mesmo a possibilidade de chegarmos à final. Eu estou no meio da ponte. Não sei se hei de ir para um lado ou para o outro. O coração leva-me para a possibilidade de podermos mesmo sermos campeões mundiais. Até porque, como se viu na quinta-feira, no jogo treino contra a Nigéria, Portugal tem, de facto, um naipe de jogadores de excelente nível e fez, ali, uma notável exibição, com muito dinamismo... sem Ronaldo.

A razão, leva-me a temer que os últimos acontecimentos, a entrevista que Cristiano Ronaldo concedeu ao The Sun, possa vir a interferir na possibilidade de fazermos esse brilharete que, a pensar apenas no mérito dos jogadores que temos, não seria de descartar.

Acontece que, a forma como a entrevista está a ser dada a conhecer em folhetins; o cumprimento (não há que escondê-lo) frio entre CR7 e Bruno Fernandes e o facto de Cristiano ter na entrevista ‘avalizado’ Dalot  e de ter esquecido Bruno Fernandes, que até é o capitão do United, juntamente com o facto do momento de forma de Cristiano ser, nesta altura, um enigma, leva-me a ficar um pouco cauteloso quanto ao vaticínio final.

Eu vou vestir a camisola. Eu quero ver Portugal campeão mundial. Mas, o melhor, como dizem os nossos treinadores, é ir jogo a jogo. E, no final, veremos.