A Primavera de Gaia
Hoje começa a Primavera. Mas quase ninguém dá por isso. Antigamente as quatro estações do ano eram marcantes. Agora... não! Fruto do mau uso que fazemos do desenvolvimento que esquece que a natureza não gosta das agressões diárias que tem sentido. E, muitas vezes, pagamos caro por isso.
Mas a primavera não é só uma estação - para mim a mais bonita do ano - é, também, um estado de alma.
Por exemplo: Gaia está a viver um verdadeiro estado de primavera. Viu Costa anunciar esta semana a nova ponte do metro que vai permitir unir a zona do Candal à casa da Música na Boavista, depois do crescimento da linha até Vila d’Este que também arrancou esta semana.
Com esta opção, a primavera também ganha. São menos milhares de carros a atravessar a ponte da Arrábida, menos autocarros em fila na Avenida da República, logo menos poluição. Melhor estilo de vida. Um estilo primaveril. Nas escolas, pelo menos do 1ºciclo, a primavera também apareceu. A alegria dos putos que voltaram a ver, in loco, os companheiros de sala e de brincadeira, foi evidente. Do mesmo modo, muitos acorreram já aos cabeleireiros e barbeiros para ficarem mais apresentáveis. Mais bonitos. Para brindar a primavera.
Agora resta que, para mantermos a chama da primavera bem viva, o comportamento individual possa corresponder ao plano de desconfinamento que estamos a percorrer. Se não estragarmos, sobretudo na Páscoa, o que fizemos durante muito tempo em que ficamos em casa, talvez a primavera nos continue a sorrir e se prolongue até ao Verão. Caso contrário, pode aparecer, outra vez, um inverno, muito, muito negro, o que, certamente, ninguém pretende.