UMA PRISÃO 5 ESTRELAS PARA RENDEIRO
não posso, por ser dia de reflexão, escrever sobre as eleições que se realizam amanhã. Posso, contudo, apelar ao voto. Pedir a todos os eleitores que se desloquem às urnas para exercer um dever cívico importante. Só assim, cada um de nós, pode pedir contas a quem nos vier a governar.
Assim sendo, passo para outro caso que tem animado o País: o caso do banqueiro que fugiu à justiça e se achava (... e continua a achar) acima da lei. Rendeiro voltou a tribunal na quinta-feira. E, lá como cá, os advogados encontram sempre - para os grandes senhores - este ou aquele ‘pormenor’ para que o assunto se vá protelando. Agora foi a caixa que chegou com o selo deteriorado. E, por esta ou outra razão qualquer, o assunto já foi remetido para junho.
Por isso, ou me engano muito ou demorará ainda muito tempo até que a polícia portuguesa o possa colocar a cumprir a pena a que está condenado no nosso país. Entretanto, Rendeiro tirou um coelho da cartola e queixou-se à ONU sobre as condições que tem na prisão Sul-Africana onde convive numa cela com mais 50 reclusos e onde falta autoclismo e água quente.
Ora, Rendeiro quando escolheu os hotéis 5 estrelas daquele país, para onde decidiu ir viver, fugindo à polícia, deveria, também, inteirar-se das restantes condições daquela geografia para o caso das coisas lhe correrem mal, como de resto vieram a acontecer. O que é que Rendeiro esperava? Uma cela exclusiva, com banheiro e jacuzzi privado, sofás, TV e restantes mordomias nas quais estava habituado a viver ? Sim, concordo: a ONU deve estar atenta às péssimas condições das prisões naquele e em muitos outros países, mas não por causa, obviamente, de Rendeiro, mas pelas milhares de pessoas que lá estão em condições desumanas.