AGUDA PROTESTA CONTRA NOVA PASSAGEM AÉREA
Mais de 260 pessoas já assinaram a petição que alguns moradores e frequentadores da Aguda já colocaram online em protesto com o modelo usado na nova passagem pedonal no apeadeiro da Aguda.
Projeto esse que se encontra em curso, "colocando em causa o património cultural, paisagístico e arquitetónico do local e da envolvente urbana, bem como contrariando as políticas de mobilidade suave (pedonal e de bicicleta), através da introdução de um verdadeiro obstáculo a todos os residentes e utilizadores da Praia da Aguda, que se ve assim dividida a meio com muros e estruturas metálicas", defende-se na petição.
Por isso, quem já assinou a petição vem solicitar que a Câmara Municipal de Gaia, no âmbito das suas competências, promova junto do Dono da Obra (Infraestruturas de Portugal, S.A.) procedimentos no sentido da substituição da Passagem Superior por uma solução alternativa – Passagem Inferior – que salvaguarde o património cultural, paisagístico e arquitetónico do local e garanta melhores condições de acessibilidade e fluidez do tráfego de peões e bicicletas e de pessoas com mobilidade reduzida, quer no atravessamento da linha, quer na utilização do apeadeiro, uma vez que a solução técnica (em túnel) passa a vencer um desnível significativamente inferior, possibilita a execução de rampas (dispensando a utilização de elevadores, cujos custos de manutenção serão mais elevados, permite a previsão de uma passagem bastante mais larga, asseguram os peticionários.
"À luz deste projeto inqualificável, o apeadeiro da Aguda vê-se agora gravemente ameaçado, podendo constituir uma perda sem retorno, devido à altura excessiva da passagem superior (cerca de 5m acima do solo), que constituirá um verdadeiro obstáculo ao atravessamento da linha e uma intrusão arquitetónica num local emblemático a nível nacional e integrado numa Área de Reabilitação Urbana", sublinha-se.
"A altura exagerada da passagem superior causará um brutal impacto visual sobre a envolvente próxima, designadamente, sobre os edifícios de elevado valor patrimonial, recentemente requalificados, e da pitoresca paisagem urbana, imagem de marca do local", diz-se ainda.
"O tipo de projeto que se pretende implementar não mereceu qualquer cuidado arquitetónico de integração urbanística, não respeitando nem salvaguardando os valores patrimoniais da envolvente onde se localiza; A zona de intervenção localiza-se no cerne da Área de Reabilitação Urbana da Aguda-Granja, aprovada pela Câmara Municipal Gaia, sendo surpreendente que esta mesma entidade tenha emitido um parecer favorável a este projeto, nos termos do n.º 2 do artigo 7.º do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação", reforça-se também.
Os elevadores, por sua vez, "não podem ser vistos como alternativa, porquanto: se por um lado exigem uma elevada manutenção, quase sempre descurada, levando à sua inutilização futura; por outro, um elevador não é capaz de responder em horas de ponta aos passageiros e residentes com mobilidade reduzida, situação agravada pelas questões sanitárias que obrigam à utilização de uma pessoa por elevador".
Propõe-se uma solução alternativa; uma passagem inferior, que poderá "potenciar o eixo comercial e de serviços na avenida Gomes Guerra, praça Nossa senhora da Nazaré, Av. Jorge correia e acessos as praias que ligue os dois pólos existentes no local".
"Acreditamos ainda que, em termos financeiros, a solução que propomos não seria muito distinta do projeto existente, estando certos que caso se verifique alguma discrepância, a Câmara Municipal de Gaia terá todo o interesse em potenciar uma solução que servirá de forma plena todos os cidadãos e o concelho", conclui-se.