BOEIRA: UM PROJETO DE REFORMADOS QUE 'SALVOU' GAIA

Albino Jorge não soube lidar com o facto de a Quinta da Boeira estar à venda para a construção de um projeto imobiliário. Reformado, resolveu juntar uma mão cheia de amigos e dar uma nova vida ao projeto que hoje contempla, entre outros, o Boeira Garden Hotel Porto Gaia, Curio Collection by Hilton, vinhos e azeite. E promete não ficar por aqui, numa contínua aposta na qualidade.

Como define o projeto Boeira? É um projeto de reformados. Numa fase inicial da minha carreira, estive ligado aos seguros da Lloyds e depois passei para o setor marítimo. Mas tarde, fui convidado a integrar o Conselho da Administração da Taylor. Na verdade, era para ser uma experiência de seis meses/um ano e… acabei por ficar 35, quase 40 anos. Reformei-me e apareceu esta propriedade de um emigrante português, da família Romariz, que regressou do Brasil. Na altura, resolveu construir um armazém também de vinhos e constituiu uma empresa exportadora de Vinho do Porto com base nas marcas Boeira e Romariz.

Mas os descendentes resolveram começar a vender tudo: a propriedade a uma família inglesa, que veio para cá habitar; o armazém a uma empresa têxtil; e os vinhos a uma empresa exportadora de Vinho Porto. Ou seja, desfizeram o negócio? Exatamente. Acontece que no final dos anos 90, os herdeiros da família inglesa colocaram a propriedade à venda, estando prevista a construção de apartamentos e moradias.

Era a expansão do betão e claramente havia uma especulação muito grande nessa área. Na altura, o Padre Freitas, diretor do Colégio dos Carvalhos, alertou para o facto de que Vila Nova de Gaia ia perder uma sala de visitas com árvores centenárias. Juntei um grupo de amigos e acabámos por comprar a propriedade. Uma grande parte desses amigos eram médicos, eu costumava dizer que ganham muito dinheiro, mas não tinham tempo para o gastar...

Notícia na integra na edição impressa nº 1113