CÂMARA DE GAIA APROVA 70 MILHÕES DE EUROS PARA COMPRA DE CASAS

A Câmara Municipal de Gaia aprovou ontem, por unanimidade, um pacote de 70 milhões de euros para compra de casas a incluir no programa de arrendamento acessível. Este valor inscreve-se no contrato de financiamento com o IHRU que totaliza 143 milhões.

O executivo camarário quer investir o dinheiro decorrente do Plano de Recuperação e Resiliência o mais rapidamente possível, de modo a beneficiar de futuras reprogramações.
O pacote aprovado esta segunda-feira aloca 35 milhões de euros para aquisição de imóveis para requalificação, com preferência para prédios devolutos, inacabados ou de fundos de banco, e outros 35 milhões para novas novas construções, em terrenos privados, que, juntamente com as casas, após concluídas as obras, passarão para o domínio público.

A previsão é de que no próximo ano, a autarquia possa disponibilizar 600 habitações neste contexto de renda acessível e, caso o mercado responda positivamente, como explicou o presidente da Câmara Municipal Eduardo Vítor Rodrigues, lançar mais um pacote financeiro do mesmo valor para perfazer os 143 milhões de euros disponíveis para este efeito. "Se não tivermos todas as 600 habitações no próximo ano, teremos uma grande parte delas. É a primeira vez que temos um pacote desta envergadura e queremos gastá-lo o mais rapidamente possível. Começamos com estes 70 milhões, para avaliarmos a reação do mercado e lançarmos o restante que falta também muito rapidamente".

A autarquia poderá também adquirir habitações em prédios que estejam a ser parcialmente ocupados, passando, desse modo, a ser membro do condomínio. "É uma leva muito importante. Vamos ver como reage o mercado, mas tudo o que tenho sentido, quando se fala neste assunto, é positivo. Não digo que seja assim em todo o País, mas, felizmente, em Gaia penso que o mercado está ansioso. Não temos tido concursos para empreitadas que tenham ficado desertas", esclareceu o autarca.

Eduardo Vítor Rodrigues prevê ainda dotar uma verba do orçamento municipal para o Programa de Renda Resolúvel, destinada a incentivar a permanência dos casais jovens no concelho.
"O objetivo é chegar às 2000/3000 casas", disse o autarca, à margem da reunião pública, um número que irá colmatar as necessidades atuais. "Acredito que o número de pedidos acaba por ser inferior, pois, muitos deles, quanto criteriosamente avaliados, acabam por revelar tratar-se de uma necessidade de upgrade das casas", explicou.