"EM OLIVAL SOU O MIGUEL"

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06-04-2022 | 17:09 | | |

"EM OLIVAL SOU O MIGUEL"

Escrito por Eugénio Queirós

Quem é Patrocínio Azevedo?

Quem sou? Esta é das perguntas mais difíceis que já me fizeram. Sou um lutador, sou empenhado, sou um amigo de todas as horas, especialmente nas mais difíceis, sou um apaixonado pelo que faço, sou um sonhador, quando muitos duvidam, eu acredito. Assumo sempre os desafios como uma missão, dando tudo o que tenho e muitas vezes o que não tenho. Dou sempre o melhor de mim, mesmo esquecendo o que seria melhor para mim. Sou uma pessoa simples que gosta das coisas mais simples. Sou sincero, sou transparente (na política isto pode ser um problema), sou amigo do meu amigo, sou incapaz de magoar alguém de forma propositada. Sinto--me capaz de ir até ao fim do mundo para lutar pelas minhas convicções.

Como se definiria enquanto homem e cidadão?

De bem com a vida, com alguns sonhos por conquistar que espero vir a realizar. Sou um homem realizado, ainda não conquistei todos os meus sonhos, mas tenho esperança que os continue a realizar. Sou um homem tranquilo, equilibrado, encontrei a minha serenidade e sou feliz. Sou um pai orgulhoso, um marido apaixonado e um filho feliz. Os meus pais proporcionaram-me uma infância alegre, ensinaram-me a ser quem sou e todos os dias trabalho para que eles sintam orgulho em mim. Da mesma forma, pretendo transmitir aos meus filhos iguais valores, com a esperança de que eles um dia sintam o mesmo orgulho que eu sinto por eles. Sou um cidadão responsável, em quem se pode confiar, e cumpridor com as minhas obrigações. Todos os dias trabalho para isso.

Como se descreveria enquanto aluno?

Fui um aluno aplicado, as notas que alcancei foram fruto de muito esforço e dedicação. Apliquei-me, fi-lo sempre com gosto, pois gosto muito de aprender. Enquanto aluno, valorizei o trabalho de grupo, pois gosto de estar rodeado de pessoas e partilhar conhecimentos.  Tive sempre tempo para tudo, para o estudo e para os amigos. Fui um aluno feliz em todo o meu percurso académico.

Qual a razão pela opção pela Engenharia?

A escolha resultou de ter sido sempre melhor aluno nas matemáticas, associado ao facto da minha família estar ligada ao setor da construção civil. Gostava de obras, de construção, queria ter um curso superior e por isso escolhi engenharia civil. Fiz o meu percurso académico no ISEP, onde comecei por tirar o bacharelato, tirando posteriormente a licenciatura na FEUP. Sempre gostei de planear, de trabalhar em equipa. Por isso, o meu trabalho foi sempre na área de direção de obras, planeamento e gestão.

Na sua opinião, que mudanças se verificaram na escola e no ensino, se comparar o seu tempo de estudante com o tempo de escola dos seus filhos? Que diferenças destaca?

A escola mudou muito. No meu tempo a escola era de manhã ou de tarde, agora temos escola a tempo inteiro. As condições físicas alteraram-se para melhor, hoje o parque escolar está completamente adequado às necessidades. É um investimento contínuo e sempre inacabado, mas as melhorias são inquestionáveis. A criação do agrupamento vertical veio dar mais “corpo” à escola, deu-lhe mais consistência e permitiu a sua consolidação. A Escola abriu-se à comunidade. De relevar o papel importante das associações de pais, que no meu tempo não existiam e que são uma mais-valia. Os pais participam muito mais na vida escolar dos seus filhos. Em contrapartida, perdeu-se o respeito pelo papel do professor que deve ser valorizado de novo, tendo aqui as associações de pais um papel determinante. O ensino também mudou, a forma de ensinar evoluiu bastante. A internet e os meios informáticos ao dispor vieram revolucionar o acesso aos conteúdos e à informação, Hoje a escola proporciona igualdade de oportunidades para todos. No meu tempo, não era assim, havia diferenças abismais entre o privado e o público, entre o público da cidade e da aldeia. Hoje essas diferenças, felizmente, estão esbatidas.

Os seus filhos frequentaram o Agrupamento de Escolas Diogo de Macedo. Por que razão optou por este estabelecimento de ensino?

Sou um defensor da escola pública, e não estou a ser politicamente correto. Acredito no ensino da escola pública, e sou um defensor da minha terra, por isso tinham que estudar em Olival para ganharem raízes, para que lhes pudesse ser transmitido o gosto pela nossa terra e pela nossa comunidade. Mas esta escolha também permitiu que, perante a impossibilidade de acompanhar diariamente a vida dos meus filhos, em os ir levar e buscar à escola, a minha mãe o fizesse, dando-me mais tranquilidade e segurança.

Qual o seu grau de satisfação pelo AEDM, enquanto pai e autarca?

Enquanto pai, estou bastante satisfeito. Esta é uma escola de referência. Hoje, os meus filhos são o meu maior orgulho. Acredito que a família fez a sua parte, mas a Escola (a letra maiúscula é propositada) teve um papel determinante, desde as educadoras de infância até aos professores do  12º ano, passando, obviamente, pelos colegas e pelos restantes membros da comunidade escolar, todos contribuíram para isso. Enquanto autarca, estou bastante satisfeito, e com a vontade para que possam fazer ainda mais e melhor. Acredito que o AEDM pode e deve personificar um dos maiores eixos de desenvolvimento desta área de Gaia. A Educação, a ligação à Comunidade, a criação de sinergias com o tecido empresarial podem ser a “semente” para intensificar esse desenvolvimento.

Em que medida a escola contribuiu para a formação dos seus filhos, enquanto cidadãos ativos e responsáveis?

Os meus filhos fizeram todo o seu percurso escolar no AEDM. Eles e todos os alunos do AEDM são a prova da qualidade dos professores e do seu empenho e dedicação. Os meus filhos são cidadãos ativos e responsáveis, muito graças aos valores transmitidos e às experiências que esta escola lhes proporcionou. Como pai, viveu a experiência do ingresso dos seus filhos no ensino superior.

Concorda com o modelo de ingresso? Optaria por outra(s) solução(ões)?

Genericamente, concordo com o modelo de ingresso. Enquanto pai, encarregado de educação e responsável autárquico, é favorável à manutenção dos mega agrupamentos ou propõe uma solução alternativa? Esta é uma discussão muito difícil. Creio que estão consolidados. Depois das desconfianças iniciais, acredito que o modelo está estabilizado e que funciona bem. Haverá sempre outras soluções, mas, enquanto País, não podemos estar permanentemente a repensar e questionar paradigmas. Temos de focar no essencial, eventualmente fazer pequenos ajustamentos, mas este modelo é, no meu entendimento, para manter.

Enquanto estudante, a carreira política era já uma opção para si?

Antes de mais, permitam-me que clarifique: não tenho carreira política, assumo, atualmente, um cargo político, sou autarca. Antes de assumir este cargo, era empresário, associava a minha formação académica à gestão da empresa, e esse será o meu futuro quando deixar de ser autarca. Não está no meu horizonte exercer funções como deputado na Assembleia da República ou qualquer outro cargo de nomeação política. Gosto de ser autarca em Gaia e não estaria disponível para o ser em qualquer outro lugar. Para mim, esta é uma missão e uma oportunidade. A missão de contribuir para o bem-estar dos meus concidadãos e a oportunidade de dar o meu contributo na construção do nosso concelho. Respondendo à questão, nunca aspirei a qualquer cargo político, nunca fiz parte de listas candidatas às associações de estudantes, nunca senti, nem nunca manifestei essa vontade.

Na atribulada vida profissional que tem, encontra tempo para o convívio familiar?

O meu pilar é a minha família. A minha mulher e os meus filhos são os meus maiores críticos, mas também o meu maior suporte. Gostava de poder passar mais tempo com eles, mas o tempo que lhes dedico, tento sempre que seja intenso. Uns com os outros e não uns ao lado dos outros. Mas a minha família mais alargada também está muito presente e fazemos dos almoços ou jantares de fim-de-semana, momentos de intenso convívio e de felicidade.

Apesar de, durante doze anos, pelo cargo que ocupa no Município, fazer a sua vida a partir do centro de Gaia, optou por continuar a residir em Olival. Sente-se um homem da sua terra? Que virtudes aponta desta terra?

Para ser politicamente correto, tenho que dizer que a minha terra é Gaia, mas sim sou Olivalense com muito orgulho. Há 4 anos atrás resolvi mudar de casa e a única condição que coloquei foi a de que tinha de ser em Olival. Todas as freguesias têm o seu encanto, mas creio que a terra onde nascemos e vivemos durante parte da nossa vida é a nossa casa, e Olival é a minha. Sou natural de Massarelos, porque nasci numa maternidade do Porto, mas sinto-me verdadeiramente natural de Olival. Nasci numa família de olivalenses. O meu pai e os seus 8 irmãos são de Olival e a minha mãe e os seus 15 irmãos também. Casei com uma olivalense, filha de olivalenses. Não posso sair de Olival, estou “amarrado” a esta terra. Frequentei a escola em Olival, fiz a catequese, cheguei a participar num grupo de formação para o crisma. A minha participação cívica também se iniciou em Olival. Desde muito novo participei nas listas candidatas à assembleia de freguesia. O meu “bichinho” pela política começou em Olival e foi aqui que tive a minha primeira vitória política. Em 2005, vencemos as eleições para a Assembleia de Freguesia e aí a minha relação com a comunidade intensificou-se ainda mais. Logo em 2006, criamos a Olival Social, Associação para o desenvolvimento de Olival, da qual fui Presidente até 2019, uma das maiores conquistas em que participei e que me ligará para sempre a esta terra. Em Olival sou o Miguel, é assim que sou conhecido pelos olivalenses que me viram crescer. Tenho orgulho em ser um gaiense de Olival, um olivalense. O melhor sítio para viver é onde somos felizes, e eu sempre fui muito feliz em Olival. Mas há também razões não emocionais: uma freguesia rural, a 15 minutos do centro da cidade, onde o verde da natureza predomina, banhada pelo rio Douro, onde existem equipamentos culturais e desportivos. Com estabelecimentos de ensino de qualidade e de referência, com uma rede viária interna aceitável, com boas vias de ligação ao centro. Temos tranquilidade e qualidade de vida, a 15 minutos do centro da cidade.

 

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Tendo à sua responsabilidade os pelouros do Planeamento Urbanístico e Obras Municipais, assim como a Mobilidade, Transportes Públicos e Energia, entre outros, quais os projetos previstos para Gaia a curto e a médio prazo e quais destaca pela sua importância no dia a dia da população?

Numa Câmara Municipal, o trabalho é transversal a todos os pelouros. Todas as áreas se tocam e se interligam. Existem muitos projetos em curso e muitos outros em preparação. E acontecem nas mais diversas áreas. Muitos desses projetos são municipais, outros são de instituições com apoio municipal. Uma cidade desenvolve-se em rede e com redes. Em rede, porque ninguém faz nada sozinho. E com redes, porque um concelho como o de Gaia não pode, nem consegue ter todos os equipamentos em todas as freguesias. Por isso, a opção em criar redes municipais. Em 2013, iniciámos muitos projetos. Destaco alguns exemplos, por áreas: No desporto, a construção do campo de jogos do ‘Dragões’ Sandinenses, a conclusão dos balneários do Leverense, o arrelvamento dos campos de jogos do Pedroso e do Canelas, a reabilitação integral do pavilhão do Futebol Clube de Gaia, a construção dos pavilhões das Pedras e de Avintes, a construção do campo de jogos do Crestuma. E, neste momento, em construção o pavilhão de Olival e os pavilhões da escola de Santa Marinha, de Vilar do Paraíso e de São Félix da Marinha que, para quem não sabe, estão prestes a arrancar. Na área da cultura, avançamos com a reabilitação do nosso edificado, pois não podemos apenas construir, também temos de manter. Por isso avançamos com a reabilitação da Biblioteca Municipal, da Casa Barbot, do Atelier Soares dos Reis e da Casa Oficina Oliveira Ferreira. Reabilitamos o Auditório Municipal e planeamos a reabilitação dos Auditórios de Olival e de Gulpilhares, obras que se encontram em fase de concurso. Planeamos a construção de mais equipamentos na área cultural, nomeadamente o Auditório de Lever (já em construção), o Auditório da Madalena, o Pavilhão Multiusos Nelson Mandela e o Centro de Congressos, obra esta da autoria do Arquiteto Souto Moura. No ensino, fizemos uma pequena revolução no parque escolar. Terminamos o Centro Escolar Manuel António Pina, o Centro Escolar Fernando Guedes e apostamos na reabilitação e ampliação das escolas de proximidade. Das 120 escolas, reabilitamos de forma profunda mais de 80, um número assinalável. Substituímos também as coberturas de amianto em todas as escolas do ensino básico da nossa responsabilidade e acordamos com o Ministério da Educação a remoção do amianto das restantes escolas, onde se inclui a Escola de Olival e a Escola Diogo Macedo. Na área social, construímos o CIS de Avintes, uma obra que deve ser visitada. Estamos a terminar o projeto do CAO de Canidelo e apoiamos a construção de muitos equipamentos de IPSS´s, de que destaco o Centro de Dia de Crestuma e o Lar de Grijó. Apoiamos a reabilitação de muitas sedes de instituições, uma delas, bem perto das Escolas, a sede dos Bombeiros Voluntários de Crestuma. Na saúde, também concretizamos muitas obras, as quais melhoraram a qualidade de vida dos gaienses. Como exemplo, destaco os Centros de Saúde de Vilar de Andorinho e da Madalena, já em funcionamento, mas também o dos Carvalhos, que está em fase de concurso. Incontornável, claro, é a conquista conseguida no Hospital de Gaia, uma obra de referência que deve orgulhar os gaienses. Não ignoramos o espaço público. Veja-se, por exemplo, a obra feita no recinto da Feira dos Carvalhos ou, já agora, no Centro Cívico de Canelas, entre tantas outras intervenções pensadas e executadas a pensar nas pessoas. No ambiente, avançamos com a construção do parque urbano de S. Paio, com o projeto das encostas do Douro, que tem a sua parte mais visível em Avintes, mas que já conta com uma intervenção fantástica em Arnelas. Requalificamos toda aquela zona, potenciando o turismo. Em termos de equipamentos, construímos a PATA – Plataforma de Acolhimento e Tratamento Animal, um espaço de referência nacional nesta área de intervenção. Na mobilidade, avançamos com a requalificação de centenas de arruamentos, muitos dos quais estruturantes para o concelho, como são os casos da Rua Central de Lever, Rua Delfim de Lima, Rua Heróis de Ultramar e Rua Américo Oliveira. Em todas estas intervenções, demos especial atenção à construção de passeios e passadeiras, para aumentar a segurança rodoviária. Pensamos na mobilidade para todos, daí desenvolvermos projetos para a construção de elevadores e passadeiras mecânicas em zonas de maior dificuldade, como é o caso da zona do Castelo e da Serra do Pilar. E, claro, não posso esquecer a construção da extensão da linha do metro até Vila D’Este,  e as obras de melhoramento e alargamento da linha do norte, que permitirão a supressão de todas as passagens niveladas, aumentando dessa forma, a segurança dos automobilistas e dos peões. Muitas foram e são as obras nas mais diversas áreas que aconteceram, acontecem e acontecerão em Gaia, mas o Executivo a que pertenço – e isso, para nós, faz toda a diferença – aposta nas pessoas, pois as obras só fazem sentido porque estão associadas a projetos imateriais e a medidas concretas, sejam de promoção da prática desportiva, sejam eventos culturais, projetos educativos, projetos de inovação social ou outros. Não podemos passar ao lado do programa de Apoio ao Arrendamento, do programa de Apoio ao Cuidador Informal, do GaiaAprende+ ou do Passe Único. Estas são algumas das muitas intervenções que Gaia concretizou e/ou tem em curso, mas o desafio a médio prazo é a revisão do Plano Diretor Municipal. Estamos a trabalhar empenhadamente para que seja um verdadeiro programa estratégico para Gaia. Qual considera ser a maior debilidade do concelho e que soluções aponta para a minimizar? Neste momento, a maior debilidade, infelizmente, é a falta de habitação a preços aceitáveis. Os preços praticados são exorbitantes. A solução, acreditamos, passa pela implementação de políticas públicas de habitação que permitam construir casas para afetar ao mercado com rendas acessíveis. O problema está identificado, e a solução, apesar de complexa, está pensada. Agora, avançaremos para a sua concretização, afetando mais de 140 milhões de euros na construção de habitação.

Esta é mais uma missão que nos impusemos. Como líder da estrutura concelhia do PS, conseguiu obter duas maiorias absolutas e a liderança em todas as freguesias. Qual é o “segredo” desse sucesso?

O segredo não sei, mas sei algumas razões. Trabalho, dedicação e humildade. O trabalho que desenvolvemos na campanha, mas especialmente o trabalho que a equipa Dedicados a Gaia, liderada pelo Prof. Dr. Eduardo Vítor Rodrigues desenvolve diariamente na Câmara e nas 15 juntas de freguesia, é uma das grandes razões. Um trabalho sério, competente, rigoroso e com um projeto de desenvolvimento inteligente e sustentável. A dedicação de todos os elementos da equipa, a dedicação à comunidade, às instituições, aos gaienses, são, sem sombra de dúvida, outra razão do sucesso. A humildade, para mim, é a principal razão. E espero que estejamos à altura de a manter. A nossa vontade de fazer, o nosso orgulho no que fizemos, até alguma vaidade nas vitórias alcançadas, nunca nos fizeram perder a humildade, e acho que esta é a principal razão do sucesso. O poder dos cargos não nos mudou, continuamos a ser hoje o que éramos há 9 anos atrás, quando ninguém acreditava ser possível vencer. O sucesso, muitas vezes, também resulta da sorte, e essa, sinto, também a tenho, pois tenho a sorte de partilhar o caminho com pessoas fantásticas. Conseguimos reunir excelentes candidatos às juntas de freguesia que têm consigo pessoas fantásticas, conseguimos encontrar excelentes pessoas para a Assembleia Municipal. E a minha maior sorte é poder partilhar este caminho com um excelente homem, um excelente amigo, um verdadeiro líder, conhecedor de Gaia e do mundo, que faz com que tudo seja mais fácil: o nosso Presidente, Eduardo Vítor Rodrigues.

 

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Quais os seus planos para o futuro pessoal, profissional e político a curto e médio prazo?

Ser Feliz. Na minha vida pessoal, o meu maior objetivo é apoiar os meus filhos a serem felizes. O mais velho já terminou o curso, está agora a iniciar a sua carreira profissional. O mais novo está no último ano da universidade, por isso, tenho que os apoiar nesta fase, para que encontrem as melhores soluções e para que encontrem o meio profissional que os faça sentir realizados. Quero também aproveitar este momento, em que eles estão mais independentes, para ter tempo para mim e para a minha mulher. Quero passear, conhecer o mundo, ter tempo para namorar, sim, namorar com a pessoa que partilha o caminho comigo há mais de 30 anos. Estou-lhe grato. O meu futuro profissional e político cruza-se, mas ainda não pensei muito no assunto. Gosto de fazer o que me faz feliz. Fui feliz quando exercia a minha atividade profissional e sou feliz agora, enquanto autarca. A curto prazo, não tenho dúvidas, quero levar este mandato até ao fim, pois, quando iniciei este percurso, há 8 anos, foi com o compromisso de 12 anos, 12 anos com o Eduardo Vítor, e com a restante equipa. Os gaienses, em 2013, 2017 e 2021, deram-nos esta oportunidade e validaram o nosso compromisso, por isso, assim o farei. Quanto ao futuro a médio prazo, existem muitas variáveis e muitos cenários e, na vida política, 4 anos são uma eternidade. Mas tenho algumas certezas. Gosto muito de fazer o que faço, sinto-me feliz ao contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos gaienses. Sei também que muitas das obras e medidas que iniciamos e iniciaremos não terão o seu término até 2025. A afirmação de um território como Gaia é um projeto contínuo e de continuidade, por isso, estarei disponível para o desafio, seja ele qual for, que passe por Gaia. Mas, e assumo-o, também terei a mesma tranquilidade e disponibilidade para abraçar um desafio profissional.

Antes de terminarmos, gostaríamos que deixasse uma mensagem para os alunos do AEDM.

Sejam alunos aplicados, encarem a vossa formação como uma mais-valia para o presente e para o futuro. Estudem, esforcem-se para tirar boas notas, mas divirtam-se, aproveitem o momento para fazer amizades, para aprenderem a trabalhar em equipa, em comunidade. Sejam responsáveis sem deixar de ser felizes. A comunidade AEDM faz da expressão “É bom ser Diogo de Macedo!” a sua bandeira. Considera que “É bom ser (cidadão) Gaiense!” Porquê? Gaia é o terceiro município mais populoso do País, somos do tamanho da ilha da Madeira, temos 15 km de orla marítima e 18 km de orla fluvial. Temos património arquitetónico e paisagístico de referência, temos espaços verdes como o Monte da Virgem, Monte da Sra. da Saúde, ou a Serra de Negrelos, entre outros. Temos tecido industrial, as caves do Vinho do Porto e espaços comerciais de referência. Temos um território disperso mas com microcentralidades caracterizadoras das suas identidades e raízes. O que podemos querer mais? Temos acesso a uma rede viária municipal digna, com ligações à rede nacional, seja ela viária ou ferroviária. Temos uma rede de equipamentos municipais dispersos pelo território, nas mais diversas áreas. Temos instituições de referência e Gaienses inspiradores, que mais podemos querer? Temos uma cidade em crescimento e em afirmação, uma cidade que tem vida própria, onde, cada vez mais, temos cidadãos que escolhem Gaia para viver por opção, e este é o melhor sinal, que comprova que estamos no bom caminho e que estamos a fazer jus ao nosso slogan, GAIA Todo Um Mundo. Sim, é bom viver em Gaia. Sim, é bom ser Gaiense.

Patrocínio Azevedo, o que diz o seu coração?

Não tenho palavras para o dizer. Esta entrevista fez-me percorrer a minha vida, relembrar o meu avô, a minha infância, a importância da minha família, dos meus amigos e das funções que agora exerço. Tantas, tantas emoções. O que diz o coração? Obrigado. Obrigado a todos os que têm contribuído para fazer de mim o que sou, pois também sou feliz graças a cada um dos que, comigo, têm percorrido este caminho fantástico.

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