
"GULPILHARES TERRA DE FOLCLORE' LANÇADO NOS 85 ANOS DO RANCHO REGIONAL
O livro "Gulpilhares Terra de Folclore", da autoria de António José Santos, já foi lançado, assinalando os 85 anos do Rancho Regional de Gulpilhares.
Daniel Café, presidente da Federação Nacional de Folclore, esteve presente no lançamento desta importante obra.
Fundado em 1936, o Rancho Regional de Gulpilhares é, sem dúvida, um notável embaixador do folclore da região a que pertence.
Criado para recolher, preservar e difundir a tradição popular herdada dos seus maiores tem procurado, desde o início, manter-se fiel ao ideal que norteou os seus fundadores - a autenticidade das recolhas e a seriedade do espetáculo exibido. E aí reside, talvez, um dos aspetos mais apreciáveis do valioso trabalho desenvolvido por este Grupo ao longo de tantos anos.
Oriundos de uma freguesia onde predominavam os trabalhos agrícolas, os componentes do Rancho Regional de Gulpilhares vestem dois trajos bem distintos: o de festa, reservado para actos solenes e de folgança, e o de trabalho, destinado às tarefas diárias.

Alguns elementos procuram, também, recriar figuras do passado, que desapareceram ou estão em vias de desaparecer. É o caso da mulher que coze o pão, da leiteira, do podador, da romeira, do moleiro, do feirante, do carreteiro, do moço da soga; trajo de ir à missa, rico e menos rico: com capa pelas costas e com saia, respetivamente; a mulher que vendia as galinhas, a farrapeira, etc. O homem do varino e da palhoça são, já hoje, também, uma saudosa recordação. A tocata arranca as suas velhas melodias de instrumentos característicos do tempo e da região: ferrinhos, violas, violões, cavaquinhos, concertinas, tambor e reco-reco.
As danças são numerosas e algumas bem conhecidas. A famosa “Rusga ao Senhor da Pedra”, o “Malhão” de Gulpilhares - que tem corrido o mundo - os “Viras”, as “Pastorinhas”, o “Velho”, a “Cana Verde Vareira”, a “Ciranda”, o “Furta ou Pai do Ladrão”, e a maravilhosa “Tirana”, um regalo de ritmo e de coreografia. Detentor de um palmarés verdadeiramente invejável, constantemente solicitado para festivais em Portugal e no estrangeiro, o Rancho Regional de Gulpilhares saberá, por certo, corresponder sempre à expectativa criada.
São incontáveis as atuações realizadas em Portugal ao longo dos seus mais de oitenta anos de atividade. No estrangeiro arrola as seguintes deslocações: Espanha (14); França (22); Bélgica (4); Itália (5); Grã Bretanha (1); Grécia (5); Jugoslávia (3); Bulgária (1); Holanda (1); Áustria (1); Israel (2); Alemanha (2); Polónia (1); Checoslováquia (1); Hungria (1); Dinamarca (1); Brasil (1), exibindo com natural orgulho um numeroso conjunto de distinções de grande prestígio.
Entre elas, medalhas e outras distinções das cidades de Toulouse (França); Nice (França); Tulle (França); Oviedo (Espanha); Shoten (Bélgica); Billigham (Grã Bretanha); Karditsa (Grécia); Pau (França); Orleães (França); Borg Saint Maurice (França); Besançon (França); Remiremont (França); Blanzy (França); Gent (Bélgica); Tel Aviv (Israel); Zvolen (Checoslováquia); Sauviac (França); Veszprém (Hungria); Aramon (França); Avilés (Espanha); Haifa (Israel); Langarone (Itália); Hania-Creta (Grécia); Copenhaga (Dinamarca); Colar de bronze do Festival Internacional de Dijon (França); Salva de bronze do Festival Internacional de Lefkas (Grécia); Busto histórico da Cidade de Trogir (Jugoslávia) e muitas outras. Na sua já longa idade os desafios do Rancho Regional de Gulpilhares são muitos e as dificuldades de vária ordem, mas a ambição, o querer e entusiasmo são os mesmos para que o Rancho Regional de Gulpilhares continue a perseguir os fins para que foi constituído.