INCIDÊNCIA COVID JÁ VAI EM 2007 CASOS POR 100 MIL HABITANTES
Da reunião de hoje do primeiro-ministro e do presidente da República com os especialistas do INFARMED resultaram várias informações que devem ser tidas em conta. Os especialistas, por exemplo, preveem um aumento muito elevado do número de novas infeções (que deverá atingir entre as 42 mil e as 130 mil). No início de fevereiro, a ocupação máxima de camas em hospital com doentes COVID de 3700 (e 453 em UCI no início de fevereiro). Os valores de internados em UCI estão hoje a 58% da linha vermelha estipulada (255 camas).
Segundo Baltazar Nunes, do Instituto Dr. Ricardo Jorge, os serviços de saúde vão sofrer impacto "muito elevado" nos serviços de saúde de primeira linha.
A incidência atual é de 2007 casos por 100 mil habitantes, mais 131% face à semana anterior. Na última semana, houve em média 21 mil casos por dia. Vila Nova de Gaia apresentava na última sexta-feira uma incidência de 1.349 casos por 100 mil habitantes, depois de 622 antes do Natal.
A ómicron, que já compreende 90% dos casos de covid-19 em Portugal, tem maior transmissibilidade do que as restantes variantes (cerca de 10 vezes mais do que a delta). Com o surgimento da variante ómicrom em Portugal (cujo efeito começou a 14 de dezembro), 20% das pessoas previamente infetadas não vacinadas perderam proteção contra uma segunda infeção
Por seu lado, investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Henrique Barros, fez uma análise sobre o fim da pandemia da Covid-19. O especialista disse que já não há uma relação direta entre um elevado número elevado de casos e um número elevado de hospitalizações ou mortes, salientando que o vírus já não representa uma ameaça tão grave como já representou. "Não há razão nenhuma para continuarmos a raciocinar em termos do número de casos e muito menos a medir a evolução da infeção e os riscos que ela nos coloca contando diariamente os casos como fazíamos até agora", salientou o especialista em Saúde Pública.
