JOÃO PAULO CORREIA: "MUITA COISA PODE ACONTECER ATÉ ÀS AUTÁRQUICAS DE 2025"
João Paulo Correia, que em setembro celebra o seu 46.º aniversário, esteve oito anos e meio na presidência da junta de freguesia de Mafamude e Vilar do Paraíso, a sexta mais populosa do país. É sua a primeira vitória do Partido Socialista em Mafamude e o ex-autarca tem também créditos no ‘oásis socialista’ que foi Oliveira do Douro durante os mandatos de Luís Filipe Menezes. Nessa junta, da sua terra natal, foi presidente da Assembleia de Freguesia. Hoje, o agora secretário de Estado da Juventude e Desporto reside em Mafamude e garante que não troca esta freguesia por nada.
Foi difícil ou foi rápido decidir trocar a presidência da junta de Mafamude e Vilar do Paraíso pela secretaria de Estado, embora fosse previsível que o seu percurso político o levasse para um patamar mais alto da cena política, depois da vice-presidência do Grupo Parlamentar do PS?
É sempre uma decisão difícil. Fui presidente de junta na máxima força, dediquei-me até ao último minuto e tive um enorme prazer. Tinha uma boa equipa que facilitou o meu trabalho e muitas vezes os resultados atingidos também se deveram a quem me acompanhou. Não podia rejeitar este desafio. Olhando para o tempo de presidente de junta e para a oportunidade de exercer funções governativas numa área que me apaixona, aceitei o desafio. Como dissse, era algo que já se comentava e não posso dizer que este convite foi 100 por cento inesperado. Por isso, tive algum tempo para avaliar.
Que balanço faz destes oito anos e meio na presidência da junta?
Sinto muito orgulho no trabalho que foi feito. Deixámos marcas muito positivas numa união de freguesias com 53 mil habitantes, 636 ruas, um dos maiores parques escolares do país e com cerca de 100 instituições sem fins lucrativos. Cumprimos grande parte dos objetivos. E agora há um trabalho para continuar. Quanto a mim, faço um balanço positivo do meu trabalho como presidente de junta, naquela que foi a função mais enriquecedora que tive até hoje. Foi também a mais difícil pois quando a governação é de proximidade somos confrontados diariamente pelas pessoas que, muitas vezes, discordam das nossas decisões. Estamos na linha da frente, o que nos obriga a ser melhores todos os dias. Por isso, cresci muito como presidente de junta e o meu trabalho como deputado ‘comeu’ muito da minha experiência como presidente de junta
Nestes seus mandatos, que concretizações, materiais e imateriais, destacaria?
Fizemos muita obra, sempre com o apoio da Câmara Municipal, com a qual tivemos sempre uma boa relação. Destacaria o centro de convívio da junta de freguesia em Vilar do Paraíso, que veio responder a uma necessidade identificada. O regresso dos jogos juvenis também, pois foi sempre uma aposta da junta de freguesia, envolvendo mais de 100 jovens das freguesias. Para além disto, destaco uma gestão transparente, o apoio às escolas e ao associativismo, os gabinetes de ação social, o Orçamento Participativo, o Percurso Pedestre e o Prémio Carolina Beatriz Ângelo.
Foi sucedido na junta por Alexandra Amaro. O que espera da sua sucessora?
A passagem de testemunho é sempre difícil mas neste caso está facilitada pois foi feita para alguém que está ao serviço da junta de freguesia há quatro anos e meio e que conhece todos os dossiers. Fazia parte de uma equipa que também ajudou a fazer a diferença. Tem todas as condições para dar continuidade ao trabalho, de forma a cumprir o nosso programa eleitoral, que foi feito com grande responsabilidade.
E em 2025, como será? Este seria o seu último mandato como presidente de junta e sendo o João Paulo Correia um dos mais destacados políticos gaienses, com projeção nacional também, e tendo em conta que este também será o último mandato de Eduardo Vítor Rodrigues, pergunto: poderá ser candidato a presidente da Câmara de Gaia?
Sei que o meu nome é comentado quando essas conversas surgem mas esse é neste momento um não assunto. Faltam três anos e meio para as próximas eleições autárquicas, o que é uma eternidade em política. Muita coisa pode acontecer até lá. O mais importante, independentemente de quem venha a ser o candidato do PS em 2025, é que a Câmara continue a fazer o bom trabalho que tem feito. A Câmara de Gaia destaca-se no plano regional e até nacional como uma autarquia de referência. E espero que as equipas das juntas continuem a fazer um bom trabalho pois se isso estiver assegurado torna-se sempre mais fácil o caminho do próximo candidato do PS à Câmara de Gaia.
Mas é um desafio que aceitaria?
Como considero que hoje é um não assunto, não faria mais comentários.