MOBILIZAÇÃO NO AC GERVIDE AINDA É INSUFICIENTE
Cerca de quarenta sócios do AC Gervide estiveram reunidos na passada sexta-feira, 20 de maio, para discutir o destino do clube gaiense, que ao fim de 84 anos de história está a passar por momentos de incerteza.
Em causa está a eleição de novos corpos dirigentes, visto que Joel Marques, atual presidente, não deseja recandidatar-se ao fim de 11 anos à frente do Gervide e continua a "não haver candidatos". O dirigente confessa que "está cansado" pelos problemas causados por "andar com a casa às costas" e "de jogar fora com nove camadas". De recordar que o Gervide é um dos vários emblemas que utiliza o Estádio Municipal da Lavandeira como "casa", o que implica cumprir "regras apertadas" definidas pela autarquia.
O apoio e apelos de atletas, país e sócios do clube para que Joel Marques continue como presidente têm-se multiplicado, mas o presidente receia que se trate de uma situação temporária. "Ninguém assume a direção. Daqui a dois meses deixam de conseguir ajudar e sobra tudo para mim outra vez", explica o dirigente, que agradece a mobilização.
Após a primeira assembleia extraordinária em abril, em que apenas apareceram 20 sócios, Joel Marques tinha dito que se não fosse encontrada uma solução, iria "entregar as chaves do Gervide à Junta de Freguesia", mas a decisão ficou agora adiada para a próxima reunião, a 3 de junho, ainda que o presidente duvide que "apareça alguém" para assumir as rédeas do emblema gaiense.
Joel Marques continua "à espera" de resposta aos apelos lançados a Eduardo Vítor Rodrigues e Patrocínio Azevedo, presidente e vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia, bem como a Filinto Lima, presidente da Junta de Freguesia de Oliveira do Douro. Joel Marques aguarda também a resposta de José Neves, presidente da AF Porto e do secretário-geral da AF Porto.
As queixas do clube de Oliveira do Douro para com as autoridades prendem-se com a falta de apoios ao clube, custos de manutenção das atividades e ao excesso de burocracia.
Joel Marques descarta, para já, a hipótese de acabar com algumas camadas de formação ou com a equipa sénior, algo inevitável caso o clube feche as portas, em breve.