"NO DESPORTO TODA A GENTE CONHECE SANDIM DEVIDO AO ANDEBOL E AO MODICUS"
Falar de andebol no Modicus é falar, ao mesmo tempo, de Nuno Loureiro. Aos 43 anos, após 35 anos dedicados ao andebol e 33 deles ao Modicus, colocou um ponto final na carreira desportiva. O pivô, que nesta caminhada apenas por época e meia não representou a equipa de Sandim, falou do passado no clube, mas também dos motivos que levam ao fim da sua carreira. Foram 35 anos dedicados ao andebol, 33 deles ao serviço do Modicus.
Que balanço faz da sua carreira? Só tenho a agradecer ao andebol pelas centenas de amizades que criei. Esta modalidade fez de mim o homem e a pessoa que sou hoje. Sinto um orgulho enorme em tudo o que fiz, desde os oito anos, quando entrei no Modicus, juntamente com amigos e familiares. Fomos evoluindo, ainda nem sabíamos bem o que era o andebol, mas fomos ganhando gosto pela modalidade, evoluindo como atletas e pessoas. Passou tudo muito rápido.
Para além do Modicus, representou ainda o Sp. Espinho e o Artística de Avanca. Como viveu estas experiências? Saí dois anos para ver outras realidades, ver como funcionavam outros clubes. Em Espinho fui bem tratado e estive ainda meia época no Avanca. Sentia-me bem, mas não era a minha realidade. Regressei ao Modicus e até aos 43 anos estive aqui. Esta ligação foi interrompida agora, pois a direção do clube quis terminar com o andebol sénior, sem motivo aparente.
Como olha para o andebol do início da sua carreira e agora. Que diferenças encontra? No início, o andebol era mais amador, mais bairrista. No Modicus tínhamos esse autocolante, pois vir jogar a Sandim não era fácil. Isso vai-se perdendo e os miúdos são diferentes. Eu era juvenil, mas já treinava com os juniores e, por vezes, o treinador dos seniores ainda me pedia para treinar com eles. Fazia três treinos num dia.
Hoje ninguém vai fazer isso, têm a agenda muito ocupada, montes de afazeres. Durante esta época pedíamos a alguns juniores para treinar com os seniores e eles recusavam. Antigamente queríamos aprender e era um orgulho enorme sermos convidados pelo escalão superior. Hoje em dia isso é impossível e essa parte falta aos atletas.
Notícia na integra na edição impressa nº 1112