O AMOR VENCERÁ
6 de novembro de 2023, manhã cedo... devia ter sido apenas mais um dia normal na vida de Bruno Pires, na altura com 16 anos, e família. A mãe, Ana Plácido, levava os filhos, Bruno e Rafael, às escolas. O trânsito intenso levou Bruno a chegar atrasado à aula de Educação Física, que nem chegou a iniciar. Caiu inanimado, em paragem cardiorrespiratória, deixando em pânico colegas de turma e professores.
A primeira chamada de aviso não alarmou de imediato a mãe: "O Bruno desmaiou", disseram-lhe. Só mais tarde, ainda a enfrentar o trânsito de regresso à escola, já depois de avisar o pai, José Miguel Pires, quando lhe disseram que o filho ainda não tinha acordado, percebeu a real gravidade da situação.
"A chamada de socorro demorou muito tempo a ser atendida, quando os bombeiros e INEM chegaram iniciaram as manobras de reanimações, mas o Bruno não respondia", lembra Ana Catarina Plácido. Jovem, saudável, praticante de remo, sem antecedentes familiares, nem nada que o fizesse prever, Bruno Pires esteve em paragem cardiorrespiratória durante 1h40m. Quando chegou ao local, Ana Plácido encontrou o marido "inconsolável" — tinha chegado antes e ainda visto Bruno no chão, inanimado —, e o filho na ambulância, ligado ao LUCAS (máquina de suporte de vida). Já no Hospital Santos Silva, Bruno esteve ligado a uma ECMO (aparelho de oxigenação por membrana extracorporal) e, contra as expectativas, venceu a luta pela vida, suportado pela ciência, mas também pelo amor e esperança daqueles que o rodeiam. Seguiram-se três semanas nos cuidados intensivos do Hospital S. João, e vários meses de internamento. Em fevereiro de 2024, o jovem começa a dar manifestações de compreensão, mas, entre avanços e recuos no seu estado de saúde — chegou a perder quase 20kg —, apenas em setembro é transferido para o Centro de Reabilitação do Norte (CRN).
Unidos para ajudar o Bruno No CRN revelou melhorias, mas o internamento deve terminar ainda este mês e os pais querem que o Bruno venha para casa, onde terá os "estímulos que precisa, estar com a família e com o irmão", o que implica custos avultados. "Os equipamentos disponibilizados pela Segurança Social ainda não chegaram, mas vamos receber. Entretanto, decidimos começar de imediato as obras em casa para adaptá-la às necessidades do Bruno", explica a mãe. Mas não é tudo. "O Bruno necessita de tratamentos intensivos — fisioterapia, terapia ocupacional e da fala —, nos próximos tempos e já marcámos numa clínica privada", além de uma "viatura adaptada para as deslocações". "Acredito que o Bruno pode melhorar e muito, só precisa de uma oportunidade para evoluir", por isso, "decidimos apelar a ajudas na internet, o que sensibilizou a comunidade, que nos tem ajudado". Também o Colégio de Gaia se juntou, lançando uma campanha para angariar fundos. O Bruno não anda, não fala, é alimentado por uma sonda, mas continua a lutar por viver e foi com um sorriso nos lábios que, cerca de 15 meses depois, voltou a rever os colegas de turma, ainda no CRN, no seu 18.º aniversário, celebrado a 29 de janeiro.
Unidos pelo Bruno IBAN - PT50 0193 0000 1050 2046 823 54 Swift - CTTVPTPL MBWAY: 910973657/ 935004345
