PORTO-LISBOA EM ALTA VELOCIDADE DEMORARÁ JÁ EM 2028 UMA HORA E 57 MINUTOS
A Infraestruturas de Portugal fez esta semana mais um ponto de situação sobre o primeiro percurso do comboio de alta velocidade (num modelo que não terá de ser necessariamente de ser o do TGV francês) e ficou clara a calendarização da obra cuja primeira fase (ligação Porto-Soure) já tem financiamento adjudicado. Pelo que se pressupõe dos mapas, em 2028 a ligação Porto-Lisboa será feita em alta velocidade até um ponto junto ao canal da Linha do Norte, sendo o restante percurso feito por aí a velocidades permitidas por esta linha.
Hoje, a ligação entre o Porto e Gaia, sempre com paragem nas Devesas, demora 2h48 a cumprir-se. Logo que esteja concluída a primeira fase da linha autónoma de alta velocidade, em 2028, conforme se vê na imagem, essa ligação passará a ser feita em apenas 1h57, um ganho de quase uma hora mas sem paragens intermédias.
Numa fase seguinte, o tempo do Porto-Gaia-Lisboa será encurtado, em 2030, para 1h17, com alta velocidade até ao Carregado, com um ganho de 3 minutos quando o percurso estiver completo até à estação do Oriente, em Lisboa.
Esta primeira linha tem um custo de 4,5 mil milhões de euros.
Até 2030 também ficará definida a ligação da linha de alta velocidade a Espanha. Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia, já garantiu que a primeira linha terá uma estação em Santo Ovídio, com o comboio de alta velocidade a atravessar o território gaiense em túnel até à zona de Serzedo (de onde emergirá conforme a imagem de capa). O autarca gaiense também já levantou a ponta de véu quanto ao que se seguirá, dando conta do interesse da Infraestruturas de Portugal de não prolongar a ligação do Porto até Vigo mas sim indo de encontro à linha de alta velocidade já em funcionamento ou na zona de Ourense ou de Puebla de Sanabria, servindo, deste modo, o interior minhoto (Braga e Guimarães) e colocando o Porto a pouco mais de três horas de Madrid por linhas de comboio de alta velocidade.
O PNI2030 complementa os projetos desenvolvidos no Plano Ferrovia 2020 e dá um salto disruptivo no serviço ferroviário, capaz de transformar profundamente o território”, referiu o vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, durante a sessão que decorreu no LNEC. No PNI2030 está ainda a modernização integral da Linha do Vouga, processo que já está em andamento e que inclui a reabertura do troço central hoje encerrado por más condições da infraestrutura; a electrificação da Linha do Alentejo entre Casa Branca e Beja; um estudo para reabrir a Linha do Alentejo entre Beja e a Funcheira, para voltar a aproximar a capital alentejana do Algarve (e vice-versa), uma nova linha entre Sines e Grândola, uma ligação entre Aveiro e Mangualde para voltar a introduzir Viseu na rede ferroviária, estudos para levar o comboio até aos aeroportos do Porto e de Lisboa, um estudo para avaliar a reabertura da Linha de Leixões ao tráfego de passageiros, e um estudo também para equacionar a reactivação do troço entre o Pocinho e Barca d’Alva. Em cima da mesa e calendarizado para 2023-2027, está a ligação da Linha de Cascais à Linha de Cintura, um projeto que deverá custar 200 milhões de euros.