A QUINTA DOS CASTELOS AINDA É ATALAIA QUE DÁ NAS VISTAS

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06-03-2022 | 20:42 | | |

A QUINTA DOS CASTELOS AINDA É ATALAIA QUE DÁ NAS VISTAS

Escrito por Eugénio Queirós

Perto do apeadeiro de Coimbrões, junto à linha férrea, mandou Bernardo Soares de Almeida construir, em 1907, ao gosto revivalista do início do século XX, uma muralha de cimento com três castelos e torreões que servia de mirante aos felizes proprietários para verem passar o cavalo de ferro ou o pássaro sem asas.

Esta muralha acastelada e de contos de fada encerrava uma casa que Bernardo Soares de Almeida reconstruíra ao sabor dos tempos românticos. Todo o interior da quinta era de grande imponência e harmonia. Do lado poente havia um portão de ferro de lindíssimo gradeamento que dava para uma alameda empedrada de xistos maravilhosos, bordejada por frondosas japoneiras, e o jardim era adornado por árvores e plantas raras. No alto da alameda erguia-se a casa grande e elegante, servida de uma escadaria de acesso, tudo ao gosto romântico da época. Perto da escadaria havia um lago e um repuxo com um menino a deitar água pela boca. Mais um pequeno mirante escondia o depósito da água. Sob a estátua escreveram a data da construção.

Nas traseiras da casa, o portão de cima dava para um espaço agrícola pertencente ao mesmo dono, que se chamava a Quinta da Lavoura. Na cave do casarão, uma adega enorme com lagar granítico honrava os alicerces da Quinta dos Três Castelos. Hoje, resta um descampado onde se ergue uma escola com esse nome e aí resistem à morte dois dos três castelos, quase esboroados.

Texto: Eva Cruz (www.estrolabio.net)

Foto: Cesário Guedes da Costa

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