SALÃO NOBRE DOS BOMBEIROS DE VALADARES RECEBE JULGAMENTO DA OPERAÇÃO ÉTER

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09-03-2022 | 20:21 | | |

SALÃO NOBRE DOS BOMBEIROS DE VALADARES RECEBE JULGAMENTO DA OPERAÇÃO ÉTER

Escrito por O Gaiense

Começou hoje no salão nobre dos Bombeiros Voluntários de Valadares o julgamento do processo da Operação Éter, relacionado com contratos ilícitos celebrados pela entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP). O processo tem 29 arguidos, acusados de cerca de 150 crimes económicos.

O julgamento realiza-se em Valadares devido às limitações de espaço do Tribunal de São João Novo, no Porto.

O processo denominado de Operação Éter tem 29 arguidos e envolve centena e meia de crimes económicos, nomeadamente corrupção, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder, falsificação de documento e recebimento indevido de vantagem.

A investigação centra-se no Turismo Porto e Norte e nos alegados ilícitos criminais cometidos através desta entidade, relacionados com ofertas públicas de emprego, relações com o futebol, contrato veículo, ajudas de custo/fundo maneio e férias no Algarve.

Em equação estão procedimentos de contratação de pessoal e aquisição de bens, a utilização de meios deste organismo público para fins pessoais e o apoio prestado a clubes de futebol, a troco de contrapartidas e favores pessoais ao então presidente da entidade, Melchior Moreira, que tinha a "ambição de concorrer à presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional". Estão também em causa o recebimento indevido de ajudas de custo e de ofertas provenientes de operadores económicos, sobretudo ligados ao setor do turismo.

Melchior Moreira, presidente do TPNP de 2009 a janeiro de 2019, em liberdade desde maio de 2020, é o principal arguido e vai responder em julgamento por 38 crimes: participação económica em negócio (12), peculato (3), peculato de uso (3), abuso de poder (9), corrupção passiva (1), falsificação de documentos (7), recebimento indevido de vantagem (3).

Entre os outros arguidos estão António Salvador, presidente do Sporting Clube de Braga, e Júlio Mendes, antigo presidente do Vitória Sport Clube, sendo ambos os clubes também arguidos no processo.

Na primeira sessão de julgamento, 16 dos 21 arguidos (singulares) assumiram perante o coletivo de juízes a intenção de falar, entre os quais estão António Salvador e Júlio Mendes.