Um novo amigo
No meu trabalho de ardina tenho sem-pre uma pausa para almoçar, e é frequente encontrar alguns amigos quando vou tomar café; às vezes até fazemos em conjunto um jogo de bilhar. Já tinha re-parado num homem mais velho que costumava sentar-se a ver o nosso grupo jogar, observando-nos atentamente no silêncio da sua solidão, contrastante com a galhofa da nossa juventude. Um dia re-solvi perguntar-lhe se gostaria de participar no jogo, e ele olhou-me com um olhar tão feliz que até me fez lembrar uma criança que tivesse recebido um brinquedo novo! Ele aceitou, e constatei que jogava muito bem, com tacadas bem calculadas e certeiras, e como estava na minha equipa, ganhámos o jogo! Ora, eu fiquei contente por ganhar, claro, mas mais contente ainda por ver a alegria da-quele senhor solitário. Então, convidei- o para integrar o nosso grupo sempre que tivéssemos tempo para o bilhar, e desde aí contamos com a sua simpática presença. Por vezes é tão fácil contribuir para a felicidade de outra pessoa, pensei eu com o coração cheio enquanto retomava a distribuição do jornal “O Gaiense”!