DA MARGEM DO DOURO AOS FIORDES

Há mais de uma década que o casal rumou à Noruega onde encontrou o equilibrio entre a vida profissional e pessoal
24-08-2024 | 09:54 | | |

DA MARGEM DO DOURO AOS FIORDES

Escrito por O Gaiense

Susana Silva e Vitor Gomes, um casal de Mafamude, Vila Nova de Gaia, embarcaram numa aventura nórdica há mais de uma década, trocando as margens do Douro pelos fiordes noruegueses. Com 43 e 45 anos respetivamente, esta professora e operador de máquinas deixaram para trás a freguesia de Arcozelo, onde moravam, em busca de novas oportunidades em Bergen.

A história de Susana e Vitor começa em 2013, num período marcado por uma grave crise económica em Portugal. O desemprego e a falta de perspetivas de progresso profissional tornaram-se insuportáveis. “Não havia perspetivas de progressão, ou estabilidade. Havia um sentimento de desilusão. Tendo em conta a idade dos nossos filhos achámos que era a melhor altura”, explica Susana. Vítor foi o primeiro a fazer a mudança, seguido por Susana e os filhos um ano depois.


Noruega

Novas oportunidades

Na Noruega, Susana encontrou trabalho como assistente de infantário, enquanto Vítor se tornou funcionário público, responsável pela manutenção de edifícios. Ambos notaram uma diferença significativa na cultura de trabalho. Aliás, diferente, para Susana Silva, é pouco para descrever. "Não podia encontrar uma cultura de trabalho mais oposta à portuguesa. Há uma preocupação para com o trabalhador no que diz respeito ao ambiente de trabalho. Os horários de trabalho são escrupulosamente respeitados e não é esperado que se trabalhe  fora de horas. O bullying, a começar nas escolas, não é tolerado". Ao contrário da cultura mais latina, ali, na Noruega, "se não se conseguir fazer tudo hoje, não há problema", exemplifica Susana.

No plano económico, a  transição não foi fácil, sobretudo no capítulo de arrendar casa. Já no que diz respeito a comprar, "sentimos ser menos burocrático e tudo                                   muito agilizado". Os preços do supermercado são muito mais elevados quando comparados com Portugal, mas convém não esquecer que este pais tem de importar muitos produtos. "No entanto, notei este verão que em Portugal as coisas estão muito mais caras... daí a diferença já não ser muita". Onde se continua a notar muita discrepância  é nos valores praticados nos restaurantes e bares. O álcool é mesmo muito caro, com uma cerveja num bar a custar cerca de 89kr, ou seja 7,50 euros. "Assim, a vida social e sempre mais condicionada".  

 

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