"É UM SELVAGEM ALGUÉM QUE PONTAPEIA QUEM ESTÁ CAÍDO NO CHÃO"

O almirante Gouveia e Melo, Chefe do Estado-Maior da Armada, falou aos fuzileiros a propósito do caso da morte de Fábio Guerra, caso ainda em investigação e que envolve dois elementos do corpo de fuzileiros.

O ex coordenador da task force da vacinação disse que as fardas da Armada "foram manchadas, independentemente do que vier a ser apurado" e chamou "covardes" a quem pontapeia alguém que está caído no chão.

Gouveia e Melo deixou bem claro que não quer arruaceiros na Marinha.

"Já ouvi vezes demais que não se pode ter cordeiros em casa e lobos na selva. Eu digo-vos, enquanto comandante da Marinha, que se não conseguirem ser isso mesmo, lobos na selva, mas cordeiros em casa, então não passamos de um bando violento, sem ética e valores militares, sem o verdadeiro domínio de nós próprios e se assim for não merecemos a farda que envergamos, nem os 400 anos de história dos Fuzileiros", disse Gouveia e Melo, num discurso citado pelo Diário de Notícias.

Na alocução, proferida no auditório da unidade, na Base do Alfeite, o CEMA destacou que nos valores militares "não há espaço para o desprezo pela vida alheia, nem pela indiferença e sofrimento alheio, ou para qualquer tipo de crueldade".

"Quando vejo alguém a pontapear um ser caído no chão, vejo um inimigo de todos nós, os seres decentes, vejo um selvagem, vejo o ódio materializado e cego, vejo acima de tudo um verdadeiro covarde", disse.