ESTAMOS DE PARABÉNS
Hoje estamos de parabéns. Fazemos 20 anos. Quando pensei no projeto, tinha a perceção de que O Gaiense fazia falta a Gaia. Por isso o criei. Tentei fazê-lo à minha imagem e semelhança. Um projeto de rigor, competente, honesto. Olho para trás e, confesso, por muito perfeccionista que seja - e sou demasiado - acho que fazemos um excelente produto. Um produto que me orgulha, mas que pode e deve orgulhar todos os gaienses. Por isso entendo que honramos o nome que escolhemos: O Gaiense. O habitante de Gaia, por quem, durante todo este tempo, lutamos para lhe dar voz e mostrar os seus anseios. Fizemos tudo bem? Talvez não. Mas esforçamo-nos para cumprir a nossa tarefa de informar - e ajudar a formar - quem semanalmente nos compra. Sim, porque isso, sim, é mais um orgulho. O Gaiense, como prometido, esteve todos os sábados nas bancas. Sem interrupções. Quantas noites mal dormidas. Algumas mesmo sem dormir. Uma delas, vou contar isto pela primeira vez, foi quando recebemos uma chamada ao início da noite de uma sexta-feira, da gráfica, a dizer que não iriam imprimir o jornal porque lhes tinham confiscado as máquinas. Confesso que estive perto de um ataque cardíaco, porque me lembrava que, no dia seguinte de manhã, os nossos leitores quando chegassem ao quiosque não teriam o Seu/Nosso jornal. Repetimos o processo e fomos de madrugada atrás de uma outra gráfica para o fazer. Esperamos lá toda a noite. Até que as rotativas imprimiram O Gaiense e a distribuidora os levou para todos os pontos de venda. Como habitualmente. Como sempre. Ao longo de 1046 edições. Não haveria prova mais dramática. Podíamos ficar a lamentar-nos que a gráfica onde fazíamos o jornal na altura não o tinha impresso. Mas não desistimos. Pela nossa honra, pelo nosso compromisso mas, sobretudo, pelo leitor que fielmente nos lê. Conseguimos! Acreditem: foi uma prova de resistência como muitas outras a que nos obrigaram. Mas nós não caímos. Fomos à luta e vencemos. Logo à noite, no Hotel Hilton, vamos reunir algumas das muitas pessoas que têm permitido este sucesso. Vão faltar muitas, certamente. Mas prometo que, quando levantar o flute de champanhe me vou lembrar de todos, mas sobretudo de si: LEITOR.