IGAS irá investigar caso do bebé que nasceu na receção do Hospital de Gaia

Hospital de Gaia
07-10-2025 | 12:04 | |

IGAS irá investigar caso do bebé que nasceu na receção do Hospital de Gaia

Escrito por Diogo Ferreira

A Inspeção Geral de Atividades em Saúde irá abrir um processo de investigação ao caso do bebé que nasceu na receção da urgência do Hospital Santos Silva, em Gaia, no último sábado, pelas 20h. O caso foi noticiado pela RTP e, segundo o pai, Frederico Werpel Fernandes, ao nascer, "o bebé bateu com a cabeça no chão". 

O parto, alegadamente sem assistência médica, ocorreu no momento em que a mãe fazia a admissão. Este é o terceiro filho do casal e tudo decorreu num "período de quatro minutos" desde a chegada da grávida ao hospital, de acordo com fonte hospitalar. "Foi um desespero", descreveu o pai à RTP, dando conta que apenas após o sucedido é que chegou uma maca e levaram a "esposa para a urgência".

De acordo com o hospital, o recém-nascido está bem, tendo ficado internado por estar com peso a menos. Segundo foi possível apurar, até as 12h de vida, o bebé teve alta do berçário na unidade de Neonatologia e foi para junto da mãe, que seguiu o trajeto comum. O bebé foi sujeito "a vários exames", tendo por base a informação de que bateu com a cabeça no chão. "Acreditamos no que os pais dizem, e fazemos tudo para avaliar a situação do bebé", indica fonte hospitalar ao jornal O Gaiense. A mãe e o bebé devem ter alta definitiva do hospital entre a tarde desta terça-feira e amanhã. "Foi feito mais um exame esta manhã", garantiu fonte hospitalar.

Além de apresentar queixa ao IGAS, o pai indica que já apresentou queixa a outras entidades, como a Ordem dos Médicos. 

O hospital confirma que, no sábado, a grávida recorreu ao serviço de urgência do Santos Silva pelas 16h30, e que foi realizado uma cardiotografia, exame com duração aproximada de meia-hora que monitoriza a frequência cardíaca fetal e as contrações uterinas da mãe, “no qual se verificou que a utente não se encontrava em fase ativa de trabalho de parto, não sendo previsível uma alteração do quadro tão súbita. Durante o exame foram registadas duas contrações, não é um trabalho de parto ativo, mas um trabalho de parto latente”, detalhou fonte hospitalar. Segundo o pai, a dilatação naquele momento "era de 2,5 centímetros".

Segundo o hospital, às 19h59, a grávida regressou ao local e, “durante admissão, procedimento administrativo cuja duração é de três minutos, deu-se o parto, sendo que a grávida foi pronta e instantaneamente assistida pela equipa de emergência”. Segundo o pai, o auxílio demorou, com a necessidade do casal retirar senha para fazer a admissão e após "gritos de socorro". O pai terá pedido uma maca, mas foi disponibilizada inicialmente uma cadeira de rodas.

A situação foi esclarecida por Ana Margarida Fernandes, diretora clínica do Hospital: "O fornecimento de senha e cadeira de rodas foi imediato. Quando constatam que a senhora está a entrar em trabalho de parto é que, de imediato, e e estamos a falar de frações de segundos, é que é ativada a equipa médica de emergência [N.R. Neonatologia e Obstetrícia], que está mesmo na entrada do serviço de urgência, e trazida uma maca para acolher devidamente a senhora. Quando a equipa médica chega, a criança tinha acabado de nascer e foram prestados de imediato cuidados à mãe e ao bebé. Foram transportados para o serviço de emergência", descreveu a diretora clínica

 

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