UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE UMA RUA DO PORTO QUE SE VÊ DE GAIA
A Rua Nova de São João foi aberta entre 1765 e 1768 e insere-se nas intervenções almadinas, tendo sido pensada e construída na gerência do pai, João de Almada e Melo, e concluída, no que ao edificado respeita, na época do filho, Francisco de Almada e Mendonça. Sob esta rua corre, em galeria, o antigo rio da Vila.
Esta via reúne diversas características importantes: insere-se, com a Rua das Flores, num eixo urbano que relaciona dois pólos de grande actividade – a Ribeira, entrada da cidade pelo rio, e a Porta dos Carros, saída para Guimarães e Braga – e que vem desviar o tráfego do já obsoleto eixo Mercadores/Bainharia; une dois centros nevrálgicos da cidade intramuros, a Praça da Ribeira e o Largo de São Domingos6; constitui-se por um desenho com uma imagem urbana inicial ordeira e moderna mas que ao mesmo tempo dissimula o outro poder local, ainda ligado à velha cidade medieval com que tem paredes meias, nomeadamente com a Rua dos Mercadores.
Tem cerca de 212,00m de comprimento e 12,50m de largura. Divide-se em dois tramos, um maior, a norte, que vai das atuais Rua Mouzinho da Silveira à Rua do Infante Dom Henrique, e um menor, a sul, que vai desta última rua à Praça de Ribeira. A sua inclinação é de aproximadamente 10%
A Rua Nova de São João terá sido uma das primeiras ruas da cidade intramuros a ter passeios41. No Porto, estes elementos, à moda inglesa, começam a surgir em 1786.
Texto de FILIPE SALIS
Foto PEDRO SOUSA