
AFURADA E URBICOOP JÁ TÊM CONTADORES INTELIGENTES DE ÁGUA
Miguel Lemos, o novo presidente da Águas de Gaia, concedeu uma primeira grande entrevista nesta qualidade a O GAIENSE - que saiu na nossa primeira edição de março - e revelou que o nosso concelho já conta com 1.400 contadores de água 'inteligentes', que fazem leituras em tempo real e comunicam anomalias.
Vila Nova de Gaia já conta com os chamados 'contadores inteligentes?
Sim. Já temos 1.400 instalados, em duas zonas piloto. Quisemos testar primeiro esta tecnologia.
Onde temos em Gaia os contadores inteligentes?
Uma das zonas é na freguesia da Afurada e escolhemos a Afurada pela dificuldade que à partida esta zona oferecia devido à proximidade do rio Douro, o que é um espelho que muitas vezes prejudica as telecomunicações, para além da diferença de cotas e do aglomerado urbano. Está a correr bem e estamos com toda a freguesia da Afurada com contadores inteligentes e a receber dados em tempo real. Também fizemos um segundo piloto, na urbanização da Urbicoope. Aí, o pensamento foi outro, testamos uma zona que é quase um condomínio de prédios.
Como funciona este sistema?
Analisámos várias tecnologias e não tomámos uma decisão à primeira. A própria infraestrutura liga-se entre si e os contadores comunicam entre si, sem necessidade de cartões SIM, ou seja, não há um custo de telecomunicações. É uma rede independente, uma espécie de teia que vai crescendo.
Se eu tiver uma fuga de água, essa anomalia é comunicada de imediato?
Nestas duas zonas se uma habitação tiver uma fuga somos informados e podemos informar o nosso consumidor. No futuro próximo, pretendemos que essa aplicação possa passar por uma aplicação no telemóvel, também com acesso à faturação em tempo real. Esta é uma transformação fantástica a todos os níveis.

Mas Vila Nova de Gaia é muito mais. Quando estará este sistema implementado em todo o concelho?
Temos mais de 140 mil clientes e o nosso plano é muito claro. Estamos a preparar um concurso que sairá no próximo mês para podermos cobrir 50 por cento da nossa rede com este tipo de tecnologia até ao final do ano. É um passo muito ambicioso. Depois, teremos de ir fazendo crescer a rede, para a concluir num período de três ou quatro anos. Iremos poder ter dados ao dia do nosso balanço hídrico e o consumidor ganha também. O que acontecerá aos leitores que hoje trabalham connosco? Como em tudo, a sociedade muda e as profissões também. Os nossos leitores, que pertencem à nossa empresa, vão continuar a ter um papel importantíssimo pois irão a passar ser gestores de clientes, continuando a ter uma ligação com os clientes, tanto mais que teremos de confirmar presencialmente leituras para testar o sistema. Esses leitores conhecem bem a nossa rede e vão continuar a ter um papel muito importante, como seja no controlo da fraude. Serão os nossos olhos e ouvidos.