EMPRESAS DE TRANSPORTES EM GAIA "DEIXAM UM LEGADO DE 3.º MUNDO", DIZ EDUARDO VÍTOR

A MGC - Transportes vai reunir esta semana com a comissão executiva da Área Metropolitana do Porto, presidida por Eduardo Vítor Rodrigues, e será 'encostada à parede' face aos problemas que persistem nas suas carreiras de transportes para Avintes, Olival, Crestuma, Lever e Sandim.

Para o presidente da Câmara de Gaia, esta empresa "continua a incumprir horários" e as reclamações continuam a chegar em número "brutal".

Esta situação não é nova, dado que a 2 de maio, igualmente em reunião de Câmara, o autarca afirmou que se a operadora privada continuasse a "incumprir nos horários" seria "cassada a sua licença" e substituída pela Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).

A transportadora alterou os horários e a frequência dos autocarros sem o poder fazer, motivo pelo qual notificou a empresa que se justificou com o período da Páscoa. Acontece, porém, segundo Eduardo Vítor Rodrigues, que qualquer alteração de horário tem de ser validada pela autoridade intermunicipal de transportes, o que não terá ocorrido. "A área metropolitana não deu qualquer autorização para a alteração de horários", precisou.

"Cortaram carreiras e horários e, se assim continuar, irá ser encontrada uma alternativa imediata", sublinha o presidente da Câmara de Gaia, que não entende como empresas que estão a receber ao quilómetro reduzem percursos e o respetivo rendimento.

"Em frente à minha casa tenho uma paragem de autocarro onde ao domingo tenho as pessoas mais de uma hora à espera do autocarro", revelou quem reside em Oliveira do Douro.

"Estão numa atitude de tentar virar as pessoas contra a Câmara e contra a Área Metropolitana e se for para entrarmos em guerra, pois tenham a certeza que não tenho dificuldade em aceitar o repto", são ainda palavras do presidente da Câmara de Gaia e da AMP, que diz que se o Tribunal de Contar levantar o efeito suspensivo do resultado do concurso internacional de transportes imediatamente entrará em operação o consórcio (Feirense/Bus on Tour) que venceu o lote Gaia/Espinho. "Se fosse assim hoje, no verão teremos autocarros novos a circular", precisa.

"Tenho pena que empresas que operam há muitos anos no concelho e que não venceram o concurso se queiram despedir assim da população porque, na verdade, o legado que deixam é um legado de transportes de terceiro mundo e ainda por cima insistem em fazer esta chantagem miserável", concluiu.