ESPÍRITO DE LUTA BEM VINCADO
“A missão é fazer bem e fazer a tempo”, indica João Teixeira, fundador da maior carpintaria feita à medida da Península Ibérica e uma das maiores da Europa, a JJ Teixeira (JJT). É assim que se trabalha há 45 anos, na empresa que começou a construir aos 19 anos. “Foi um caminho de sacrifício, não foi só virtudes e sucesso. Resulta do trabalho e dedicação de todos os colaboradores”, vinca, lembrando a componente familiar do negócio e o seus 244 trabalhadores internos e 400 externos. João Teixeira começou a trabalhar no ramo muito cedo e aventurou-se por conta própria em fevereiro de 1977 com a primeira máquina universal numa pequena oficina, sem grandes recursos, já que acreditava que “podia ser igual ou melhor do que o patrão”. Em dois anos, já se definia como carpintaria industrial.
A produtividade na nova era da indústria 4.0
"Temos de demonstrar liderança e saber mais do que ‘ontem’ porque se não formos ferozes, ficamos pelo caminho”, alerta João Teixeira para quem a ambição de aprender e ensinar é “essencial”. “Temos de abrir os olhos e pôr toda a gente com o mesmo espírito de luta e de ser professores, capazes de ensinar os outros”, acrescenta. Para o responsável da empresa de carpintaria, um dos maiores problemas “é a falta de produtividade”, apontando falhas ao sistema de ensino que “não prepara os jovens para o trabalho especializado” e à falta de investimento do Governo.
João Teixeira descarta o conformismo dos trabalhadores e quer que todos trabalhem para que esta seja “uma empresa cada vez mais moderna, a cada ano que passa, à conta da experiência que vai tendo na tecnologia, informação e robótica”.
A JJ Teixeira abraçou a automatização da produção, em 2015, dando os primeiros passos na ‘indústria 4.0’, o que permitiu alcançar a capacidade de produção diária de duas mil peças, assegurando mais eficiência, rigor e precisão em cada produto. Atualmente, a JJT prevê investir 1,4 milhões de euros no reforço da sua capacidade e na otimização dos seus recursos produtivos, como o sistema de aspiração, a racionalização energética e a transição verde.
Por ano, a JJT chega a utilizar 1645.61m3 de madeira. Dada a escassez da madeira e a vontade de minimizar o seu impacto no meio ambiente, a empresa aposta na plantação de árvores - acrescendo uma taxa adicional ao preço final do produto - e as certificações PEFC™ e FSC™ comprovam a gestão e o tratamento responsáveis da matéria-prima. Além disso, a JJT auxilia os clientes a integrar uma cadeia de sustentabilidade desde a primeira fase do processo. Na fábrica da JJT, os desperdícios são reaproveitados e 25% da sua produção energética tem origem nos painéis solares instalados no complexo industrial.
Continue a ler na edição impressa, já nas bancas.