GAIA DE PEDRA E CAL NA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS

"Está fora de hipótese abandonar a Associação Nacional de Municípios, não faz sentido", foi assim que o vice-presidente da Câmara de Gaia respondeu a Rui Rocha Pereira, vereador sem pelouro do PSD, quando este exortou a Câmara de Gaia a abandonar, tal como o Porto ameaça fazê-lo, a Associação Nacional de Municípios. O vereador do PSD entende que o acordo do Governo com as autarquias para a descentralização de competências da educação, já em vigor em Gaia, põe em causa o equilíbrio das mesmas..

Rui Rocha Pereira, atual líder do PSD Gaia, disse que "Gaia vai ter um prejuízo de mais de três milhões de euros por ano, sem considerar as questões da conservação dos imóveis ou os valores das refeições escolares".

"Julgamos ser este o momento para ponderar a permanência de Gaia nesta organização", disse, antes da Ordem de Trabalhos. Com a saída da ANMP, o vereador do PSD considerou que Gaia "falará em nome próprio" e "poderá salvaguardar melhor os seus interesses numa negociação direta com o Governo".

O socialista Patrocínio Azevedo resumiu esta tomada de posição do PSD ao que disse ser uma "declaração política". Sublinhou que o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, já "dialoga diretamente com o primeiro-ministro ou o ministro do setor", mas que "não o faz na praça pública, mas em reuniões de trabalho".

Também sublinhou que internamente, sob a dependência da vereadora com a área da Educação, "foi constituída uma equipa para apurar os gastos até ao cêntimo".

O presidente da Câmara já disse que tem a expetativa de que daqui a um ano o Governo 'acerte contas' com as autarquias depois de apurado o primeiro ano com a educação totalmente sob a gestão das Câmaras, com a exceção de tudo o que diz respeito aos professores.