VAI PODER SUBIR DE NOVO AOS 177 METROS DA TORRE ALTICE
A Torre Altice, no Monte da Virgem, o antigo Monte Grande, é um dos locais que voltam a integrar o roteiro do Porto Open House,
Depois de um ano de pausa e uma 6ª edição (2021) ainda condicionada pela pandemia Covid-19, o Open House Porto (OHP) regressa nos dias 2 e 3 de julho com curadoria da arquiteta Graça Correia e do historiador Joel Cleto. Durante o fim de semana, mais de 70 espaços das cidades do Porto, Matosinhos, Maia e Vila Nova de Gaia voltam a abrir portas a todos os que queiram conhecê-los.
Sob o tema da “Casa”, o Open House Porto 2022 vai “(re)visitar a Casa enquanto lar e espaço último de intimidade” mas também lançar “um olhar mais atento a essas outras Casas comuns – umas mais do que outras – no interior das quais, hoje como ontem, a arquitetura e os arquitetos são decisivos”.
A Torre Altice está para a paisagem do Monte da Virgem como o Farol de Leça para a paisagem da Boa Nova. É uma vertical fortíssima à escala do território que, do alto dos seus 177 metros, permite o olhar panorâmico sobre as cidades mais próximas. No entanto, ao contrário do farol, que é para ver e ser visto, a função desta torre é, sobretudo, dar a ver. A coluna colossal de betão suporta uma agulha em estrutura metálica, uma antena, que assegura a emissão do sinal aéreo de telecomunicações, nomeadamente o sinal de Televisão Digital Terrestre, entrando de forma dissimulada no interior mais íntimo de cada casa, ainda que, aparentemente, a sua presença só se imponha na envolvente das suas fundações. Nessas coordenadas, 600 degraus acima do chão, um miradouro com vista a 360 graus ofusca o corpo e o olhar. A experiência da passagem, subindo na escuridão as entranhas da coluna, contribui, pelas diferenças de escala e impacto da luz, para esse encadeamento. (Joana Couceiro e Nuno Valentim, OHP’19).
Esta torre, refere o historiador Gonçalves Guimarães, já se chamou Torre Adriano de Paiva, o físico português que inventou o princípio da televisão em 1878, nascido em Braga, formado por Coimbra e pela Sorbonne, professor de Física da Academia Politécnica do Porto e que viveu toda a sua vida, depois de casado, em Vila Nova de Gaia como Conde de Campo Bello.