OS BLOQUEIOS DE BOLSONARO
Lula venceu as eleições no Brasil. Finalmente vemo-nos livre de um ditador, arruaceiro e, claramente um político medíocre.
Claro que fico extremamente surpreendido por praticamente metade dos brasileiros terem dado a Bolsonaro o seu voto, o que fez com que as eleições fossem extremamente divididas. E claro que me lembro que Lula esteve preso por corrupção. Com uma pequena nuance: por quem foi ele condenado? Por Sérgio Moro que logo após a condenação de Lula foi para ministro de Bolsonaro!!!
Em democracia, por um voto se ganha e por um voto se perde. Sim, Bolsonaro teve 58 milhões de votos. Mas perdeu. Mas, como ditador que é, tentou tudo para que a vitória de Lula não fosse reconhecida, deixando que os seus apaniguados bloqueassem estradas, fizessem a saudação nazi, só tendo faltado, como Trump, o seu amigo americano, invadir o Palácio do Planalto, o que só não aconteceu porque ele ainda lá vai continuar até depois do Natal.
O ‘azar’ dele é que toda a comunidade internacional se apressou a dar os parabéns a Lula (ao contrário dele que nunca o fez...) e os próprios decisores brasileiros, mesmo os que pertencem ao bolsonarismo, se apressaram a tirar-lhe o tapete da retórica de eleições viciadas.
Sim, Lula, apesar de tudo, tem sempre a mancha da corrupção que não pode ser apagada do seu currículo. Mas Bolsonaro era de facto um verdadeiro cowboy, habituado a resolver tudo pela força das armas. Enche a boca a falar do amor à pátria, do verde e amarelo, mas, ao instigar estas ações de rua, que paralisam a economia e o país, mostra que apenas gosta de si próprio. Ele sabe, como nós sabemos, que a partir do momento que deixe a presidência poderá ser preso a qualquer instante. E é disso que ele tem medo. Por isso, tenta ganhar tempo para negociar imunidade que espero não venha a usufruir.
Lula pode dar outra esperança ao Brasil se, como disse no discurso de vitória, governar para os brasileiros, com particular incidência para os mais pobres que são, como é conhecido, muitos milhões. É uma tarefa árdua, ainda por cima porque terá que unir o Brasil que, neste momento, está verdadeiramente cortado a meio.