AD UNIDA EM ESFORÇO PARA VIRAR TENDÊNCIA SOCIALISTA NA AFURADA
Bandeiras a esvoaçar, confetti em abundância e colares de flores não faltaram na receção da Afurada a Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática (AD), na manhã desta quinta-feira. A chuva deu tréguas no momento da chegada do candidato a primeiro-ministro, mas os planos de arruada já tinham sido alterados para uma sessão no auditório da junta de freguesia de S. Pedro da Afurada.
Ladeado por Miguel Guimarães, ex-bastonário da Ordem dos Médicos e líder da lista da AD pelo Porto, Nuno Melo, presidente do CDS-PP, vários candidatos do PSD pelo círculo do Porto, Luís Montenegro foi abraçando os populares no Mercado da Afurada. Também Rui Rocha Pereira, líder do PSD Gaia, participou na iniciativa.
Na multidão ia-se destacando o antigo líder do PSD e ex-presidente da câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes. Foram dele as primeiras palavras no salão da junta: “Esta improvisação é um sinal do que Montenegro representa para o país, é a necessidade de arregaçar as mangas e ser como os pescadores da Afurada que vão para o mar com bom ou mau tempo”.
Sabendo da tendência dos eleitores da Afurada em optar pelos socialistas - por exemplo, nas últimas eleições legislativas, em 2022, em que o PS obteve 44% dos votos contra 28% do PSD nesta freguesia - Luís Filipe Menezes não poupou na retórica para convencer a população a votar na AD. Ao lembrar as palavras do candidato socialista Pedro Nuno Santos, que acusou Montenegro de “não ter experiência governativa”, Menezes expôs o caso: “Muitas vezes a Afurada vota nos socialistas – e bem –, não acredita nos partidos cegamente. A Afurada votou em Mário Soares que nunca tinha sido primeiro-ministro. Votou em Francisco Sá Carneiro e que nunca tinha sido primeiro-ministro. Têm boas razões para não votar no candidato a primeiro-ministro do PS. Pedro Nuno Santos ele sim, já governou e já mostrou que não sabe governar”, vincou.
Os rasgados elogios a Luís Montenegro foram precedidos da revisão histórica acerca do trabalho desenvolvido pelo PSD na Afurada entre 1997 e 2013, período em que Luís Filipe Menezes presidiu a autarquia gaiense. "Podem fazer a comparação com aquilo que mudou entre 1997 e 2013 e tudo aquilo que estagnou de 2013 até 2024. Foi muito mais fácil receber a câmara em 2013 do que em 1997", defendeu Montenegro, que diz reconhecer "um trabalho absolutamente fantástico do ponto de vista da gestão da câmara".
Luís Montenegro cumprimentou ainda "a Afurada, uma terra especial, de gente linda", e reforçou a promessa de não cortar nas reformas: “Aos reformados e pensionistas, quero reafirmar solenemente o meu compromisso. Vamos garantir um rendimento mínimo a cada reformado nunca inferior a 820 euros. Mas quando falo para os reformados sei que não estão apenas preocupados com o dinheiro da reforma”. O líder da AD prosseguiu com outra medida do seu programa - "temos uma medida para garantir a comparticipação de medicamentos a 100% para algumas faixas etárias e para algumas doenças crónicas” - já depois de lembrar a pesca: “Não vamos esquecer todas as entidades económicas, incluindo as Pescas. Colocamos a agricultura como um setor estratégico. E a pesca entra nesse conceito. Queremos um país produtivo”, afirmou Luís Montenegro, que ainda teve tempo para referir que "a igualdade de género é também um pilar da igualdade de oportunidades”.
Luís Montenegro não ficou foi para o momento de dança protagonizado pelo Rancho Folclórico da Afurada no salão, à medida que este espaço se ia esvaziando. A comitiva seguiu para um almoço em Gondomar, antes da arruada por Santa Catarina, no Porto, onde a caravana socialista também tinha agendada uma ação de campanha.
Esta ação da Aliança Democrática na Afurada aconteceu três dias depois do Partido Socialista ter dinamizado uma arruada com centenas de pessoas a desejar a Pedro Nuno Santos "boa sorte".