MAGIA ESCONDIDA DAS DEVESAS
Agora já é possível sentir a magia emanada da Quinta das Devesas e o convite a entrar num espaço secular rodeado de ‘velhas’ camélias e outras árvores de porte imponente e único. Situada na encosta do Douro, com as ribeiras de Azenhas e Santo Antão aos pés, esteve abandonada durante décadas até ser aberta ao público como local privilegiado de passeio e lazer. O percurso desde o parque de estacionamento, onde é agora possível deixar o carro, até à entrada pela Rua Leonor de Freitas, na feguesia de Santa Marinha, impelo-nos de imediato a olhar para cima e respirar fundo: largos e longos troncos, verdes ramos, ar fresco e história. O portão, em ferro forjado, ostenta a data de 1858 e é ladeado por frondosas camélias que se escapam entre o vazio dos gradeamentos, dando as boas vindas aos visitantes. Somos retidos, logo à entrada, num estado de contemplação perante um monumental tulipeiro: tem cerca de 34 metros de altura. É o início da viagem. Convite ao investimento Para já, é possível percorrer alamedas rodeadas de árvores centenárias, espécies de camélias raras, esculturas e pequenos recantos a apelar à reabilitação dos espaços ainda vedados: tanques, lagos, solar brasonado do Conde das Devesas e uma capela parcilamente em ruínas. Ainda em 2020, a Câmara Municipal de Gaia adiantava que a revitalização dos Jardins da Quinta das Devesas servia de cartão de visita ao investimento privado. A ideia passa por concessionar a exploração dos equipamentos tendo como contrapartida a total reabilitação do edificado em ruínas. Espécies identificadas A recuperação destes jardins deliciosamente ‘escondidos’ entre os lugares das Devesas e o Marco, em Santa Marinha, começou em 2012, pelo Parque Biológico de Gaia. As muitas espécies de japoneiras encontradas ao longo do parque foram individualmente identificadas com uma placa onde constam a variedade, a espécie e a explicação acerca do nome atribuído. A título de curiosidade, recordamos que “as camélias foram assim batizadas por Lineu [botânico, zoólogo e médico sueco] em honra do padre jesuíta Camelli que, nos fins do séc. XVII, as trouxe da Ásia Oriental para a Europa”, lê-se num artigo de Anabela Mimoso, publicado pelo Solar Condes de Resende, onde também existe um bem abastado e frondoso jardim de Camélias.