ULS Gaia e Espinho é o primeiro hospital português a implementar técnica inovadora para reduzir risco de AVC
A Unidade Local de Saúde (ULS) Gaia e Espinho implementou o sistema de exclusão do apêndice auricular esquerdo (AAE), Penditure™, uma tecnologia inovadora para a redução do risco de acidente vascular cerebral (AVC) em doentes com fribilhação auricular submetidos a cirurgia cardíaca. O procedimento pioneiro foi realizado, pela primeira vez, em Portugal, pela equipa de Cirurgia Cardiotorácica, liderada por Paulo Neves, e coloca o hospital ao lado de outros hospitais europeus, que também já puseram esta tecnologia em prática, tal como a Áustria, França, Alemanha, Itália, Espanha e Irlanda, segundo avança a unidade em comunicado.
"Estamos extremamente orgulhosos por sermos o primeiro centro em Portugal a utilizar o sistema Penditure™. Esta tecnologia representa um avanço significativo na nossa capacidade de proteger os nossos doentes do risco de AVC de forma mais segura e controlada", afirmou o cirurgião João Pedro Monteiro. Este procedimento, que já foi utilizado em mais de 10 mil doentes em todo o mundo, é um clipe implantável que representa um avanço em relação às técnicas mais tradicionais de sutura.
O seu design curvo adapta-se melhor à anatomia do coração e o facto de não possuir tecido diminui o risco de inflamação. Além disso, tem a capacidade de ser recapturado, o que traz conforto e segurança aos profissionais de saúde: "A possibilidade de reposicionar o clipe durante a cirurgia dá-nos uma confiança acrescida para garantir o melhor resultado possível para cada doente", concluiu ainda.
A fibrilação auricular é a arritmia cardíaca mais comum e aumenta cinco vezes o risco de AVC. Na maioria dos casos, os coágulos sanguíneos que causam o AVC formam-se no apêndice auricular esquerdo, uma pequena bolsa no coração, pelo que as diretrizes clínicas recomendam a sua exclusão.
