VILA NOVA DE GAIA A CAMINHO DE PASSAR A TER 23 FREGUESIAS
É já esta sexta-feira que todas as assembleias de freguesias de Vila Nova de Gaia dão o pontapé de saída, ou não, no processo de desagregação de freguesias que a lei permite, após a reforma administrativa do início da segundo década do século XXI que reduziu de 24 para 15 freguesias e uniões de freguesias o quadro administrativo do terceiro concelho mais populoso do país, em nome da redução de despesas imposta pela troika.
Este processo esteve muito longe de ser pacífico mas um país de chapéu na mão face à intervenção europeia teve de aceitar também esta medida. Hoje, é possível reverter um processo que nunca foi verdadeiramente assimilado na maior parte das freguesias que foram agregadas.
No caso de Vila Nova de Gaia aconteceu mesmo a agregação de quatro freguesias: Sandim, Olival, Lever e Crestuma. Nem por isso esta agregação transformou esta freguesia numa freguesia do grupo das mais populosas, conforme se pode ver na infografia que hoje o 'Jornal de Notícas' publica.
A Câmara Municipal de Gaia entregou, nesta fase, o processo às juntas de freguesia e elas agora vão decidir se avançam para uma consulta pública que em alguns casos pode ter o sabor de referendo informal.
Até ver, a única união de freguesias que parece poder não avançar com o processo é a das freguesias de Pedroso - a que tem maior área - e Seixezelo - uma das mais pequenas,. O presidente desta união de freguesias, Filipe Lopes, já disse que tudo tem funcionado bem da forma como está.
Nas outras uniões de freguesias, a vontade política tende para a desagregação. Por exemplo, em Mafamude e Vilar do Paraíso, com a união a sexta freguesia mais populosa do país, tudo aponta nesse sentido, o mesmo sucedendo em Santa Marinha e Afurada. Embora esta última freguesia seja a mais pequena em área e tenha uma população que em 2011 pouco ultrapassava os 3.500 habitantes, é uma freguesia com uma implantação geográfica e caraterísticas muito próprias. A Afurada, note-se, foi a última freguesia a surgir no concelho de Vila Nova de Gaia, concelho que em tempos contou com as freguesias de Guetim e Argoncilhe.
Tudo isto num momento em que os movimentos cívicos para a desagregação são nítidos e claros, como acontece nas quatro freguesias agregadas, em Perosinho e Serzedo e também em Gulpilhares e Valadares.
A partir de sexta-feira será conhecido o sentido deste processo que terá de estar terminado até ao final do ano, com tudo a perspetivar-se para que Vila Nova de Gaia passe a contar, a partir das autárquicas de 2025, quando se encerra o ciclo político liderado por Eduardo Vítor Rodrigues, com 23 freguesias.
