O jacarandá
Hoje de tarde parei a admirar um jacarandá, uma árvore alta e frondosa, que se cobre de flores arroxeadas entre a Primavera e o Verão. Estava eu em plena contemplação de toda aquela beleza colorida quando uma pessoa que ia a passar se estatelou no chão, junto da árvore: é que as flores, além de lindas são escorregadias, e o passeio encontrava-se coberto por muitas flores caídas, que formavam um tapete. Enquanto me apressei a ajudar a senhora a levantar-se, na casa mais próxima abriu--se a porta, e um homem idoso veio ao nosso encontro com uma vassoura e uma pá. Ambos auxiliámos a senhora, e o morador explicou-nos que tinha o hábito de varrer aquela parte do passeio duas vezes ao dia, precisamente porque conhecia as características da árvore, e já tinha assistido a muitas quedas originadas pelas flores. Depois, a senhora prosseguiu o seu caminho, e eu continuei o meu trabalho de ardina, apregoando O Gaiense enquanto reflectia que aquela árvore, que para mim era um sinónimo de Beleza da Natureza, representava um perigo para os transeuntes distraídos! Na verdade, é difícil uma pessoa agradar a toda a gente, e o mesmo acontece até com as árvores!